terça-feira, 21 de abril de 2015

DAQUI NADA SE LEVA... SERÁ?

Por Julio Zamparetti

Hoje estou tendendo fortemente a acreditar que somos a soma de tudo que amamos, sejam experiências, coisas, pessoas, ou ideologias. Em cada um desses itens há o que amar e há também o que relevar. A propósito, há coisas que nos tornam escravos da liberdade, como os livros (e meu violão. rsrs). É muito bom que amemos e até nos escravizemos a essas coisas. É bom que sintamos crise de abstinência ao passar o dia longe delas.

É por isso que eu contesto aquele ditado que diz que daqui nada se leva. Na verdade, acredito que levarei tudo que houver deixado. Porque só se pode deixar o que se tem, e só se pode ter o que foi herdado por amor. Não levaremos coisa alguma que tenhamos adquirido por dinheiro, ou violência, mas, tenho certeza de que levaremos tudo que estiver ligado ao coração.

É bem verdade que há muitos que ataram seu coração ao que compraram. Pobres coitados! Quão diminuta será sua herança! Eu, ao contrário, me desapego de tudo que seja meu, e amo tudo o que é de Deus. Por isso levarei a Terra, o Sol, A Lua, o mar, as estrelas. Levarei também meus livros, meus discos, meu violão, uns bolinhos de chuva e até meus bichos de estimação. Principalmente, levarei meus amigos, meus filhos e todos os meus amados, ainda que permaneçam por aqui durante muitos anos depois.


Acontece que eu não acredito em fantasmas, períspirito, ou qualquer forma corporal da alma. Estou convicto de que se há vida eterna, ela se dará na forma do amor. Acho que o amor é a verdadeira forma do corpo ressurreto e eterno. Talvez isso explique porque se conectam as pessoas que amam. Se você, que me lê, ama, sabe muito bem do que estou falando. Quando amamos nos conectamos aos que amaram, aos que amam e até aos que haverão de amar um dia.

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