sexta-feira, 2 de novembro de 2012

AME O SEU PRÓXIMO, QUANTO MAIS PRÓXIMO ESTIVER

Por Julio Zamparetti

Estamos desaprendendo a conviver com outras pessoas. A falsa sensação de ter muitos amigos nos sites de relacionamento nos aprisiona a um mundo irreal onde as pessoas só expõem o que há, ou imaginam, de bom a respeito de si. Neste mundo imaginário e cibernético tudo parece perfeito, os amigos parecem leais, os amantes parecem sinceros, todos parecem legais. Sobra para os pais o papel de incompreensíveis, para os irmãos o papel de chatos, para o conjuge o título de sem graça, para os que estão perto a sina de insuportáveis.

E assim, tocamos a vida sem dar valor ao que é real, desamando quem nos ama, trocando quem está ao lado por quem está do outro lado. Porque quem está do nosso lado é real, e por ser real mostra também suas diferenças e imperfeições, ao contrário de quem está do outro lado da net, que só mostra o que convém.

Nesse ínterim, estamos nos tornando cada vez menos tolerantes às diferenças, por menores que sejam. E uma vez que todos nós temos nossas diferenças (diferenças econômicas, religiosas, políticas, sexuais, gostos, manias, etc), acabamos reduzindo drasticamente nossa rede de relacionamentos reais. Em alguns casos a pessoa chega a reduzir seu rol de amigos aos personagens dos games a que se viciou. Isso se reflete diretamente na convivência familiar e consequentemente em todos os setores da sociedade. Precisamos entender que as amizades reais e pessoais são fundamentais e insubstituíveis no processo de cura deste mal.

O exercício da boa convivência mútua deve começar necessariamente com os mais próximos: pais, irmãos, familiares, colegas de escola ou trabalho, amigos reais. A cura começa em amarmos aqueles que nos amam mesmo nos conhecendo como realmente somos, e não como nos apresentamos no “face”.