sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

VOCÊ É FELIZ?

Por José Fernandes e
Julio Zamparetti Fernandes


"Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos céus" (Mt 5,3).

Há quem diga que ninguém é feliz ou infeliz, o que existe são momentos de maior ou menor felicidade. O fato é que nem sempre a alcançamos, porque a medimos pelo critério de posse. É claro que a posse – bens materiais e saúde – pode nos proporcionar momentos de felicidade. Entretanto, momentos passam, e então resta-nos a vida que se segue com tantos outros momentos sortidos de altos e baixos sobre os quais, muitas vezes, o dinheiro pouco ou nada pode influenciar.

Se fizermos uma pesquisa junto às diversas camadas sociais, perguntando: “você é feliz?”, com certeza teremos vários tipos de respostas compridas, cheias de voltas, mal explicadas... mas um simples 'sim' não será tão fácil obter.

Jesus nos apresenta uma escala de valores que pode nos ajudar a sermos felizes. Nessa proposta, sobressai a primeira – felizes os pobres -, que é como um passo inicial, impreterível e indispensável. Com certeza, essa escala de valores que proporcionam felicidade não coincide com as propostas da sociedade moderna, que vê a felicidade mais no ter que no ser, medindo-a segundo as posses, o sucesso e o poder.

A primeira bem-aventurança desafia-nos a sermos pobres. Em si, este não é um valor, na verdade, aos olhos de uma sociedade capitalista, é um desvalor. Por outro lado, ser rico, para muitos, significa ter poder, receber honras e exercer domínio. Aqui é que começa o perigo, porque onde há poder, riqueza e sentimento de superioridade há também oprimidos, esmagados e desprezados.

Tornar-se “pobre em espírito” significa erradicar de nós o espírito consumista e acumulativo; despojar-nos das atitudes próprias da arrogância, ambição, poder, domínio sobre os outros; partilhar o pouco ou o muito que temos com quem não tem; empenhar-nos para resgatar os pobres de sua miséria; trabalhar por uma sociedade mais justa e menos desigual.

Às vezes penso que Deus preparou um punhado de felicidade para cada um de nós. Sobre cada punhado pos o nome daquele a quem aquela felicidade estava destinada. Mas na hora de nos entregar, Ele embaralhou tudo e no-las entregou tudo misturado, a fim de que cada um encontra-se sua felicidade no outro.

Talvez por isso já dissesse um saudoso compositor gauchesco: "A tua felicidade é o prazer da minha vida" (Norinho Cruz)

2 comentários:

  1. Muito bom esse texto, como todos os outros, nos encina e nos mostra com somos, sem tirar e colocar,e oque devemos ser.Parabens, seu dom e muito bonito.

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  2. Obrigado, Marcos! Comentários como o seu nos motivam a fazer sempre o melhor que pudermos.

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