quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A ORAÇÃO NÃO MOVE AS MÃOS DE DEUS (parte final)

Por Julio Zamparetti

Deus é onipresente, está em todos os lugares, não necessita que o invoquemos para que se faça presente. A invocação que fazemos de seu Santo Espírito nada mais é do que um condicionamento de nosso próprio espírito para recebermos seu mover. Portanto, a oração não move a mão de Deus, mas sim nos move para a dimensão do agir de Deus.

Gosto de pensar nisso como alguém sob a chuva. Lembre-se de que a Bíblia trata a chuva como representação da bênção de Deus e diz que Deus derrama sua chuva sobre todos, indistintamente. Entretanto, nem todos se molham, pois há aqueles que procuram as marquises, abrigos, não saem de casa, ou simplesmente armam um guarda-chuva. Pois bem, quem não deseja se molhar não pode determinar que a chuva não o molhe sem que se proteja dela. Quem deseja se molhar não pode determinar que a chuva o molhe enquanto estiver abrigado. É necessário se expor. A chuva cai sobre todos, mas o que determina quem se molha é localização da pessoa.

A oração não move as mãos de Deus porque Deus não depende delas para se mover. Deus está sempre agindo, sem nunca cansar, sem nunca dormir, nem sequer pestanejar, conforme diz o salmista: É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel (Salmo 121:4). Mesmo enquanto dormimos Deus está trabalhando por nós. Era nessa confiança que o rei Salomão dizia: “Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem” (Salmos 127:2). O que a oração move é a nossa posição diante do trabalho de Deus, colocando-nos debaixo de sua chuva para que sejamos encharcados de sua graça e misericórdia.

Dessa forma não fica difícil entendermos o que são Paulo queria dizer ao falar: “Orai sem cessar” (Tessalonicenses 5:17). Certamente não se referia a estar vinte e quatro horas diárias falando a Deus durante todo o tempo. Orai sem cessar significa estar sempre exposto ao mover de Deus, confiando-lhe as aflições, sujeito a sua vontade e atento a sua voz.

Segundo Hermes Fernandes (2008, p.86): “Orar sem cessar não é orar ininterruptamente. Orar sem cessar é tão somente estar em sintonia com Deus em todo tempo. O canal entre nós e Ele deve estar constantemente aberto”.

Ainda segundo Hermes Fernandes, a oração precisa ser acompanhada de ações de graças. Neste ponto quero ir além e afirmar que a própria oração gera a gratidão da qual necessita ser acompanhada. Pois aquilo que conquistamos sem o intercurso da oração, leva-nos ao risco de considerarmos uma conquista oriunda dos méritos próprios. Por outro lado, quando temos todas as nossas necessidades entregues a Cristo, em oração, não temos do que nos gloriarmos, pois não podemos tomar os créditos pelas soluções uma vez que tenhamos confiado a Deus nossos problemas.

É importante saber que a diferença entre um homem que credita os méritos a Cristo e outro que os credita a si próprio, está tão somente na consciência, pois em ambos os casos, as conquistas provêm de Deus. Sobre isso já advertia Moisés: “Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes, te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas”(Deuteronômio 8:17,18a).


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Extraído do livro ESPIRITUALIDADE DINÂMICA
Peça já o seu pelo email juliozamparetti@hotmail.com

2 comentários:

  1. Perfeito, tudo o que foi exposto aqui é bíblico. Rev Júlio, também creio que por meio da oração somos modelados por Deus porque a oração representa submissão e entrega. Obrigado por, com suas bem construídas reflexões, edificar a nós leitores. Deus continue te abençoando para nos abençoar. Abraço!

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  2. Concordo com essa visão, pois acredita na soberania de Deus e Ele não pode se condicionar aos desejos do homem, a oração é fundamental para mantermos um relacionamento com Deus, mas não para modificarmos o agir de Deus o qual é soberano e conhece todas as nossas palavras antes de falarmos (salmo 139, então nada do que falamos e fazemos é surpresa pra Ele, nenhuma oração é surpresa pra Deus e nada frustrará nem mudará os seus desígnios (Jó 42:2)

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