segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

QUEM SÃO OS HERÓIS DESTA GERAÇÃO

Por Hermes C. Fernandes


ÍCONES

Na última sexta-feira,acompanhado de um amigo, Rev. Jonathas Moreira, fui a um hotel aqui de Orlando em busca de espaço para um evento de líderes que estamos programando para Maio deste ano. Qual foi minha surpresa quando nos deparamos com uma convenção de fãs e imitadores de Elvis Presley. Nunca vi tanto “Elvis” juntos. Tinha até um jovem com síndrome de Down vestido a caráter. 99,9% da audiência eram de idosos, eu disse idosos, bem idosos. Alguns precisavam de se apoiar em andadores. Havia stands com todo tipo de buginganga, desde velhos discos, até broches, roupas, e produtos que supostamente foram usados pelo rei do rock.

Quem diria? Os fãs de Elvis envelheceram. Aquelas senhoras de cabelos brancos, são as mesmas que assistiam aos seus shows completamente histéricas. Quando essa geração partir, o que sobrará de Elvis? Como um ícone da juventude americana poderia tornar-se num ícone da terceira idade? E se ele não houvesse morrido, ainda teria essa legião de fãs? Acredito que sim. Boa parte dos seus fãs sequer acredita que ele tenha morrido. Muitos afirmam que sua morte não passou de um embuste, e que Elvis estaria vivo ainda hoje, morando numa ilha paradisíaca do Pacífico. Aqueles velhinhos que todavia curtem sua música, sentem-se órfãos até hoje.

Particularmente, gosto de Elvis. Curti muitos dos seus filmes na sessão da tarde. E olha que não sou tão velho assim… Aprecio sua música, sua rebeldia, e até sua espiritualidade, cultivada discretamente em sua vida privada. Mas parece que, diferente dos Beatles, seu legado não conseguiu ser repassado às novas gerações. Ou será que estou equivocado? Seus fãs continuam fiéis, mas não logram contagiar os jovens com sua fidelidade.

E quanto à geração jovem atual? Quem são suas referências? Seus heróis? Acho perturbador assistir à esta onda de filmes biográficos que tenta nos empurrar guela a baixo os novos ícones da indústria do entretenimento. Antigamente, para que um artista ou qualquer outra pessoa pública tivesse sua vida registrada em livro ou filme, teria que ter deixado um enorme legado para a posteridade. Hoje, temos que nos contentar em assistir à biografia de um garoto de 16 anos, que atende pelo nome de Justin Bieber. Nada contra o menino. Apesar de não gostar de seu estilo musical. Além disso, Hollywood nos brinda com a biografia de Mark Zuckerberg, fundador do Facebook. Não há como assistir à película sem dar-se conta da apologia que se faz à máxima maquiavélica de que os fins justificam os meios. Sucesso a qualquer custo não é apenas uma mensagem subliminar. Pior que isso só o filme da Bruna Surfistinha, a prostituta da classe média que registrava suas desventuras num blog. Imagine uma adolescente saindo do cinema decidida: Vou ser a nova Surfistinha! Na minha época de juventude, um filme desses era proibido para menores de 18.

Na contramão disso tudo, decidi assistir com os meus filhos adolescentes ao filme “Che”, que conta a biografia do líder revolucionário Che Guevara. Embora tendo que parar o filme de tempo em tempo para explicar aos meus pimpolhos o contexto social, político e cultural em que a história transcorre, valeu a pena ter assistido à essa obra-prima. Prefiro que eles admirem o idealismo de Che (ainda que não estejamos ideologicamente 100% de acordo), a vê-los admirar os ícones superficiais criados pela indústria para serem consumidos.

Surpresa maior eu tive ao ler uma reportagem sobre manifestações em prol da democracia no Iêmem, onde manifestantes muçulmanos traziam sobre os turbantes a imagem de Che Guevara. Quem diria que um dia o Oriente Médio descobria o idealismo desse revolucionário latino-americano…

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Fonte: http://www.hermesfernandes.com/2011/02/quem-sao-os-herois-desta-geracao.html

domingo, 27 de fevereiro de 2011

SE EU MORRER ANTES DE VOCÊ

Se eu morrer antes de você, faça-me um favor.

Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado.

Se não quiser chorar, não chore.

Se não conseguir chorar, não se preocupe.

Se tiver vontade de rir, ria.

Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão.

Se me elogiarem demais, corrija o exagero.

Se me criticarem demais, defenda-me.

Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam.

Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo.

Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo, chame a atenção deles.

Se sentir saudade e quiser falar comigo, fale com Jesus e eu ouvirei. Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver.

E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase : ' Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus !'

Aí, então derrame uma lágrima. Eu não estarei presente para enxuga-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar.

E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu.

Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele.

E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele.

Você acredita nessas coisas? Sim??? Então ore para que nós dois vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito.

Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo.

Eu não vou estranhar o céu . . . Sabe porque? Porque... Ser seu amigo já é um pedaço dele !

Chico Xavier

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Por Julio Zamparetti

Pode ter lhe causado estranheza o fato de eu ter colocado a assinatura do autor abaixo do texto e não acima como faço de costume. Mas sabendo que a maioria de meus leitores é evangélica e outra grande parte católica, temi que houvesse quem nem começasse a ler este maravilhoso texto quando visse de imediato quem é o seu autor. É que infelizmente esse preconceito existe. E muitos com medo de raciocinar além do que seu pastor ou padre raciocinou previamente por ele, se privam de boa literatura, apreciação cultural, boa música e diálogo inter-religioso.

Tudo bem! Eu também não creio em reencarnação! Mas não posso negar que Deus suscitou filhos onde víamos apenas pedras, e falou conosco de diversas formas. Tenho certeza que Chico realmente está com nosso Pai Celeste, e agora sabe bem tudo quanto errou no que pregou. Um dia nós também estaremos com o mesmo Pai, no mesmo céu, e da mesma forma também saberemos bem o que de errado pregamos.

O mais importante, creio eu, é que o céu está intimamente relacionado ao que acertadamente cremos, pregamos e vivemos, enquanto os erros se relacionam com a cruz, onde foram pagos. E certamente muitos são nossos erros! Muito mais do que possamos imaginar! Mas com certeza, quem dispõe de amor, amizade, respeito, compaixão e coisas semelhantes a essas, ao menos nisso, nunca erra. E se podemos confiar nas Escrituras, temos a certeza de que “o amor cobre multidão de pecados” (I Pedro 4.8).

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

ORAÇÃO DA PROPINA

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Por Julio Zamparetti

Após a publicação da "ORAÇÃO DO CÉTICO", acho pertinente publicar a "ORAÇÃO DA PROPINA". Compare as duas e pense com qual delas você se identifica. Quanto mim, prefiro fazer minha as palavras da oração do cético, do que me identificar com essa fé apóstata que entra nas igrejas pelas portas da frente com ares de "santidade" e requintes de "bênção", roubando o povo em nome de Deus. Toda essa FÉ-DEmais só FEDE mesmo. Infelizmente, isso é apenas a ponta do iceberg, pois tudo começa nessa pregação nojenta da tal "Teologia da Prosperidade" que enche os bolsos de pastores mercenários e estende tapetes para políticos corruptos. Bando de canalhas imundos que se escondem atrás da religiosidade!

O texto é pequeno porque o asco é grande!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A ORAÇÃO DO CÉTICO


Por Dinesh D'Souza

Pascal escreve que há dois tipos de pessoas racionais no mundo: “os que servem a Deus de todo o coração porque o conhecem e os que o buscam de todo coração porque não o conhecem”. Pascal reconhece que a fé é um dom. Não podemos exigi-la, mas somente pedir que Deus a conceda a nós. Entretanto, o melhor a fazer é viver uma vida boa e moral, e viver como se Deus existisse. E fazer a prece do cético, que aprendi com o filósofo Peter Kreeft:


“Deus, não sei sequer se você existe. Sou um cético. Eu duvido. Acho que talvez você seja apenas um mito. Mas não tenho certeza (pelo menos quando sou totalmente honesto comigo mesmo). Por isso, se você existir, e se realmente prometeu recompensar todos os que o buscam, é provável que esteja me ouvindo agora. Por isso, por meio dessas palavras, me declaro alguém que busca, alguém que busca a verdade, seja qual for e esteja onde estiver. Quero conhecer a verdade e viver a verdade. Se você é a verdade, por favor, me ajude.”



A Bíblia promete que todos que buscam a Deus dessa forma, com um coração sincero e aberto, irão encontrá-lo.


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Extraído do livro A VERDADE SOBRE O CRISTIANISMO

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A GRANDE APOSTA: DEUS EXISTE?

Por Dinesh D’Souza

Pascal afirma que, na vida, temos de fazer apostas. Digamos que você receba a proposta de um novo emprego que pode levar sua carreira a novos patamares. O emprego parece muito promissor, mas, sem dúvidas, há riscos. Não dá para saber de antemão o que vai acontecer. Você tem de decidir se vai aceitá-lo. Ou digamos que você esteja apaixonado por uma mulher. Vocês já estão namorando há algum tempo, mas não dá para saber como vai ser o casamento depois de várias décadas. Você segue em frente com base no que sabe, mas o que você sabe é, pela natureza da questão, insuficiente. Contudo, você tem que tomar uma decisão. Não dá para continuar a dizer: “Vou continuar agnóstico até ter certeza das coisas”. Se você esperar demais, ela se casará com outra pessoa, ou vocês dois estarão mortos.

Do mesmo modo, Pascal afirma que, ao tomarmos nossa decisão com relação a Deus, nunca entenderemos tudo de antemão. Nenhum tipo de investigação racional pode fornecer respostas definitivas, já que não se sabe ainda o que vem após a morte. Portanto, temos de examinar as opções e fazer nossa aposta. Mas quais são as alternativas e como devemos avaliar as chances? Pascal argumenta que temos duas opções básicas e, em ambos os casos, devemos considerar o risco de errarmos.

Se tivermos fé em Deus e ficar claro no final que Deus não existe, estaremos diante de um risco negativo: o erro metafísico. Mas se rejeitarmos Deus ao longo da vida e ficar claro no final que Deus existe, há um risco muito mais sério: a separação eterna de Deus. Com base nesses dois resultados possíveis, Pascal declara que é muito menos arriscado ter fé em Deus. Diante de um resultado incerto, ninguém que é racional se nega a abrir mão de algo que é finito se existe a possibilidade de ganhar um prêmio infinito. Na verdade, sob essas condições, não crer é uma atitude irracional. Pascal escreve: “Pesemos o ganho e a perda, preferindo coroa, que é a opção de que Deus existe. Se ganhar, você ganhará tudo; se perder, você não perderá nada. Então, não hesite: aposte que ele existe.”

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Extraído do livro A VERDADE SOBRE O CRISTIANISMO

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

DEUS PODE NÃO EXISTIR REALMENTE

Por Eugênio Ribeiro

Penso que praticamente todas as pessoas saudáveis mentalmente, pelo menos uma vez na vida tenham questionado sobre a real existência de Deus.

As coisas de Deus são simples quando compreendidas ao nível do Coração, da Intuição Espiritual. Porém, realmente, a nossa razão e linguagem não estão capacitadas para abarcarem os Mistérios Divinos. Vejamos um pequeno detalhe à primeira vista, mas que não é tão pequeno assim.

Quando alguém afirma que Deus existe, o que realmente está querendo dizer? Que Ele existe como as coisas que estão fora de nós? Que Ele existe em algum ponto escondido no Universo? Ou que Ele seja um simples conceito mental?

Eu sempre digo às pessoas que nossa razão não tem condições de afirmar alguma coisa categoricamente sobre Deus, mas que por meio dela nós podemos refletir sobre o conceito que temos d’Ele ou refletir sobre o que compreendemos da Revelação que Ele fez de si mesmo ao longo da história da humanidade.

Assim sendo, afirmo que Deus pode não existir mesmo.

Herege! Para o fogo da Inquisição! Cristianus ad Leonem! É o brado dos fundamentalistas que me lerão. Contudo, este brado só poderá ser dito por aqueles que abdicaram do uso da Razão que o Senhor nos concedeu ou que ignoram os princípios básicos da Filosofia e da Lógica. Entre os Cristãos, principalmente entre os evangélicos, muitos acham que a Filosofia e o uso da Razão é coisa do Tibinga. Arggg!

Existir vem de duas palavras latinas ex (para fora) e sistere (ser), ou seja, existir é ser para fora. Assim sendo, Deus não pode ser para fora dele mesmo, não pode existir como as coisas existem.

E se tomarmos a Revelação dada a Moisés, Deus simplesmente É: Eu Sou o que Sou. E o Senhor enquanto encarnado entre nós constantemente afirmava a Verdade do Eu Sou.

É evidente que a maioria das pessoas continuará a afirmar que Deus existe; mas nós sabemos que dentro de uma compreensão mais profunda é mais correto afirmar que Deus É.

Fiz esta reflexão a partir do momento em que li as palavras de um sutil teólogo franciscano, Duns Scotus (+1308) que escreveu: "Se Deus existe como as coisas existem, então Deus não existe". Ou seja, Deus não é da ordem das coisas que podem ser encontradas e descritas pela Razão. É a Precondição e o Suporte para que estas coisas existam. Sem Ele as coisas teriam ficado no nada ou voltariam ao nada. Esta é a natureza de Deus: não ser uma simples coisa, mas a Origem das coisas.

Eu creio firmemente que somente Deus É. Nós somos somente se estivermos unidos a Ele. Eu Sou a árvore e vós sois os Ramos, disse Cristo Jesus.

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Fonte: http://eugeniochristi.blogspot.com/2011/02/deus-pode-nao-existir-realmente.html

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A SEGUNDA MILHA

autor: Juarez Marcondes Filho


“Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas” (Mateus 5.41).


A milha romana media mil passos, cerca de 1478 metros. A proposição de Cristo está baseada num costume de nações orientais que quando enviavam um emissário de um lugar para o outro requeria-se que um representante local viesse recebê-lo a certa distância. Aparentemente, um gesto de cortesia, próprio de um anfitrião. O fato é que não significava mera companhia. A cortesia incluía o carregamento das bagagens, o que podia tornar a tarefa extremamente árdua.


A primeira milha era o costume e a obrigação. Era algo de antemão estabelecido e inescapável. Mesmo a contrariado, aquele que fosse escalado para a missão não poderia fugir de cumprí-la. O verbo obrigar, usado no texto, não deixa dúvidas quanto a compulsoriedade da tarefa.


Tendo isto em mente, perguntamos: a segunda milha, proposta por Jesus, seria alternativa? Devemos cumprir nossas obrigações, ou seja, a primeira milha, mas a segunda milha, ficaria ao alvitre de cada um? Ou a segunda milha, também, é um dever?


Evidentemente, não estamos presos entre 1478 passos ou 2956 passos. A questão que se impõe, não é de metros ou milhas, mais ou menos. O que está posto é a expectativa de Cristo a nosso respeito. Assim, ficamos entre dois modelos: ou somos aqueles que cumprem as suas obrigações, como qualquer dos mortais podem e devem fazê-lo, ou somos aqueles que cumprem o que Jesus ordenou, o que geralmente vai além do comum.


A segunda milha é a superação de alvos. Não basta alcançar determinado objetivo, é preciso ir além. O contexto da passagem é altamente revelador deste conceito. O alvo de uma pessoa comum é retribuir o que recebeu, na mesma medida (olho por olho, dente por dente). Os filhos do Reino vão além, estão prontos a deixar a túnica e a capa, também.


A segunda milha causa surpresa. Ela surge como algo inesperado. E este é o seu algo mais. A relação de causa-e-efeito fica superada. O que se imagina de alguém que seja agredido é o revide imediato. Não para o discípulo de Cristo que absorve a agressão, a ponto de oferecer a outra face. A palavra de Jesus não deve ser entendida como um estímulo à passividade, muito menos, à violência. Ao contrário, Jesus entende que a violência, contida no revide, vai gerar mais violência ainda. O mal deve ser vencido com o bem, amontoando brasas vivas sobre a cabeça do violento (Romanos 12.20, 21).


A segunda milha aponta para as reais necessidades. A milha do dever comum pode trazer o desencargo de consciência, o chamado sentimento do dever cumprido. O que não significa que o que precisa ser feito foi realmente cumprido. Assim é a tensão existente entre o meramente legal e o legitimamente ético. Determinado procedimento pode estar devidamente enquadrado na lei, mas ser profundamente impróprio moralmente falando. No entanto, o que for corretamente ético, certamente estará respaldado em alguma lei, mesmo que seja a lei de Cristo.


A segunda milha é reveladora do verdadeiro amor. Justamente, porque exige sacrifício. Amor de palavras, amor que se interessa, apenas, pelo que pode receber, não se configura como verdadeiro e pleno amor. Amor exige doação e sacrifício, como o de Jesus em nosso favor. Há preço a ser pago. Cristo pagou por nós oferecendo-nos eternal redenção. Mas deixou-nos o desafio: cada um tome a sua cruz (Mateus 16.24); ou seja, estejamos prontos a caminhar a segunda milha.


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Fonte: http://www.devocionais.com.br/exibir.asp?arquivo=5624

domingo, 20 de fevereiro de 2011

AFINAL, O QUE É SER LUZ?

Por Edmar Pimentel e Julio Zamparetti

Agora vocês são luz; vivam como filhos da luz. Ef. 5:8.

Jesus já dizia no Sermão da Montanha (Mt.5:6,7) que nós somos a luz do mundo. O SER luz proposto na Escritura é bem mais do que simplesmente dizer quero ou não quero. SER luz é um processo de crescimento gradual, natural ao nascido em Cristo. Afinal, crescimento é o que se espera de quem nasce.

Assim como Jesus, Paulo afirma que somos luz. Não apenas iluminados, mas iluminantes! Pois não somos chamados a tão somente contemplarmos a luz de Cristo, mas comissionados a manifestá-la! Isto se torna relevante quando olhamos para a maneira como se vive o cristianismo; sim, porque esse é o fato em questão: “VIVER E NÃO TER A VERGONHA DE SER FELIZ... CANTAR E CANTAR E CANTAR...”. Como bem diz a letra desta canção, a vida bem que podia ser melhor, mas isso não pode me impedir de acreditar no amanhã. A verdade é que não podemos andar conforme os ditames das circunstâncias do mundo. E se este jaz em trevas, esta é mais uma razão para não deixarmos de manifestar a luz de Cristo, nem descrer de suas benesses.

Hoje parece que não sabemos viver senão em opostos: ou se é ortodoxo com um fundamentalismo exagerado olhando como fariseu a vida dos outros com a régua da lei, ou se leva a vida na vantagem e conivência. Ou se espiritualiza tudo e se vive uma fé repelente, enxergando a ação de demônios em qualquer topada e milagres em qualquer acerto, ou se relativiza tudo e acaba-se por perder a dimensão e o valor da fé. Em ambos os casos, nada é iluminado. Ou por falta de luminescência, ou por excesso dela. Pois a luz que queima os olhos também os lança em trevas.

Um conto popular cristão nos diz de dois amigos, um “crente” e outro não. O crente chegou para o outro após ouvir um sermão sobre como andar na luz e foi logo dizendo:

- Você sabia que eu estou na luz e você nas trevas?

O amigo respondeu:

- Como você diz isso se estamos andando juntos na mesma hora e lugar?

- Eu posso lhe provar! Disse o crente, parando na frente de um bar.

- Acenda um cigarro ai e segure entre os dedos.

Alguns amigos em comum passaram por ali e cumprimentaram os dois, nada de mais aconteceu. O crente pediu o cigarro e segurou do mesmo jeito que estavam. Em seguida passou outro amigo e logo disse:

- Você tá fumando? Como pode se você agora é crente? Deixou a igreja foi?

Eles apagaram o cigarro e continuaram a caminhar. O crente continuou:

- Está vendo amigo? Ninguém percebeu que você estava fumando porque você está nas trevas e viram a mim com o cigarro porque eu estou na luz.

É fácil “ser luz” quando toda fé está centrada em normas de condutas que se baseiam na aparência, no gosto ou preconceito pessoal, no estereótipo, no que alguém vai pensar de mim. É muito fácil ser cristão quando o paradigma em questão é a atitude do outro. O cristianismo para “o outro” está sendo regurgitado nesse texto de Paulo aos Efésios. Não é para o outro que Paulo escreve, é para o EU que há em mim. Quem é luz não precisa provar nada a ninguém.

A luz só existirá a partir do momento que eu compreender o conceito de luz, porque até então o meu habitat natural era o desconhecimento (as trevas do conhecimento). Será que compreendemos isso? Somos desafiados aqui a ser SOL e não lâmpada. Se é que Cristo está em mim, a luz precisa vir de dentro de meu ser e não dos “condutores de energia” dos muitos púlpitos por ai a fora que dizem: Agora levante; agora ajoelhe; agora grite aleluia, agora bata palmas e cante bem alto...

A luz brilha e apaga as trevas...

A luz coíbe a ação do corruptor...

A luz possibilita a ação fraterna e saudável daqueles que estão ao redor dela.

A luz revela...

A luz inspira...

Ser cristão é ser luz e ter compromisso com a justiça e a verdade. É encarnar o Sermão da Montanha. É fazer a diferença não porque alguém está pedindo, mas porque a Palavra de Deus incita a caminhar na direção do Reino aqui e agora; cidadão atuante; santo militante e cristão relevante.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Deputado Evangélico propõe Lei que protege heterossexuais... enquanto isso...

Por Hermes C. Fernandes

Agora sim, finalmente vamos reverter o placar. Se não vencermos, pelo menos ficaremos no empate. Se os homossexuais têm a sua PL-122, os heterosseuxais acabam de ganhar um projeto lei novinho em folha.

Trata-se da PL-7382/2010 proposto pelo deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que penaliza a discriminação a heterossexual em até três anos de prisão.

É deputado... não contávamos com sua astúcia! O tal projeto visa contrapor-se a PLC-122/06, apelidada por alguns evangélicos de ditadura gay, que prevê punição equivalente em casos de homofobia. Segundo o nobre deputado, “o Poder Executivo, dentro de sua esfera de competência, penalizará os estabelecimentos comerciais e industriais e demais entidades que, por atos de seus proprietários ou prepostos, discriminem pessoas em função de sua heterossexualidade”, diz no texto do projeto.

Cunha também diz que será punido aquele que “impedir ou restringir a expressão de afetividade em locais públicos ou privados abertos ao público”. Até que enfim, casais de namorados poderão se beijar em público. Já não aguentava mais tanta retaliação. Em que século este deputado vive?

Gostaria de abrir espaço em meu blog para que depoimentos de pessoas que foram discriminadas por serem heterossexuais. Imagine alguém ser mandado embora do emprego por não ser gay! Conhece algum caso? Eu não. Pelo jeito o deputado tomou o caminho inverso proposto por Jesus, de que se alguém nos ferisse a face, deveríamos oferecer-lhe a outra. Em vez disso, impera o "toma lá, da cá", isto é, se eles podem, nós também. Se eles exigem este direito, também vamos exigir os nossos. Quanta bobabem!

A propósito, qual foi mesmo a postura de Eduardo Cunha na votação que beneficiaria a classe trabalhadora brasileira, com um aumento maior no salário mínimo? Ele votou contra.

E não só isso... o nobre deputado, cujo slogan de campanha é "o nosso povo merece respeito", é pivô de um escândalo envolvendo a estatal FURNAS, num golpe de R$ 73 milhões. Fica a pergunta: até que ponto a tal PL proposta por Cunha não seria mais uma cortina de fumaça? Parece melhor para sua imagem estar envolvido numa controvérsia entre gays e heteros, do que ter seu nome ligado a um escândalo de corrupção.

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Fonte: http://www.hermesfernandes.com/2011/02/deputado-eduardo-cunha-propoe-lei-que.html

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

QUAL É A PROVA DA RESSURREIÇÃO?

Por Caio Fábio

A ciência humana determina que uma grande alegação tem de apresentar uma grande comprovação.

Assim, por tal critério, qualquer que seja a manifestação “do extraordinário”, pelas categorias cientificas, precisa se fazer provada por meio de fotos, vídeos ou evidência de material físico. Do contrário, se dirá que o testemunho humano simples e comum, não oferece corpo de evidência e de credibilidade necessários à determinação de um fato extraordinário.

Ora, a ressurreição de Jesus foi o fato extraordinário mais extraordinário de toda a história humana. No entanto, dela não há qualquer comprovação pelo critério científico de verificação do inusitado.

Jesus, no entanto, nunca esteve preocupado em provar nada. Não só não oferece corpo de evidência material, como também ainda escolhe como testemunhas as pessoas mais improváveis de receber crédito como avalistas de algo tão para além do possível.
Ora, para corroborar e dar credibilidade ao milagre da ressurreição, Jesus determinou que os discípulos se amassem e buscassem viver em unidade. Unidade esta, que fosse significada pelo testemunho do amor com o qual amassem uns aos outros ante a percepção do mundo.

Somente a prática do amor pode validar a ressurreição. Posto que, grandes alegações demandam grandes provas. Sendo assim, o amor é o único testemunho que o milagre da ressurreição pode ter.

“Amem-se e o mundo crerá em mim”, disse Jesus. Portanto, o que Jesus ensinou em João 17 quanto a tal aspecto da experiência dos discípulos no mundo, dando testemunho de Seu nome, é simples: Se os discípulos se amam, a ressurreição acontece. Porém, se os discípulos não se amam, é porque não houve ressurreição para eles. Porque o mundo só crerá na ressurreição se vir o amor ser praticado entre os homens que confessam Jesus; visto que somente o milagre do amor, em um mundo de ódio e indiferença, é o que dá testemunho acerca da “alegação” da ressurreição como milagre.

Assim, a prática do amor entre os irmãos e entre os humanos que confessam o nome de Jesus, é a única apologia possível do milagre da ressurreição.

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O HOMEM FOI CRIADO IMPERFEITO

Por Julio Zamparetti

João, em apocalipse revela o número de homem, este é 666. O número 6 é, na numerologia bíblica, o número da imperfeição. Foi no sexto dia que Deus criou o homem. Embora, após criá-lo, Deus tenha dito que era muito bom, devemos ver que o adjetivo bom, ainda que acompanhado do advérbio muito, não significa perfeito. Isso significa que por melhor que seja o ser humano, estará sempre longe de atingir a perfeição. Assim entendemos que a criação do homem, de fato, foi muito boa; o homem, no entanto, não foi criado perfeito e sim para ser perfeito.

Em I Coríntios capítulo 15, versos 22 e 45, São Paulo faz uma analogia entre Adão e Cristo, apontando o primeiro como a origem da morte e da imperfeição, e o segundo a origem da vida, da restauração e da perfeição. Adão fora criado no sexto dia, e por isso o número 6 se tornou o número relativo ao pecado.

Assim, quando o Apóstolo João descreveu o número de homem como 666, usou de um termo superlativo de 6, significando que a condição humana é: pecadora x pecadora x pecadora.

Usando o mesmo princípio de interpretação, entendemos que a condição de Santo, Santo, Santo, descrita em Isaias 6:3 e Apocalipse 4:8, é um termo superlativo de santidade. Portanto se alguém pretende argumentar que Deus criou o homem santo como Deus é santo, terá também que afirmar que o homem foi criado com caráter santíssimo, isto é, santo, santo, santo.

Outro ponto a se analisar é que se o homem tivesse sido criado perfeito, jamais teria pecado. O pecado de Adão não o tornou pecador, apenas tornou evidente sua condição imperfeita e pecaminosa. Por outro lado, Jesus era perfeito, por isso não pecou. Logo, devemos concluir que se Adão tivesse sido criado em perfeição, a exemplo de Cristo, seria em tudo tentado, contudo em nada pecaria.

(...)Deus viu que o que fizera era muito bom. Não que o homem fosse bom, nenhum foi bom, a Escritura assim o diz: Não há justo, nem um sequer” (Romanos 3:10). De fato não era o homem a quem Deus se referia como muito bom. Referia-se a sua obra: Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia” (Gênesis 1:31).

Não era o homem BOM, mas MUITO BOM era o fazer de Deus. Foi MUITO BOM o fato de Deus fazer o homem desprovido da perfeição, pois MUITO BOM é o potencial de crescimento e evolução. Foi MUITO BOM Deus criar o homem longe de ser BOM, porque MUITO BOM é aprender e buscar o caminho da perfeição. Privaria-nos, Deus, dessa MUITA BONDADE?

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Extraído do livro ESPIRITUALIDADE DINÂMICA, Julio Zamparetti Fernandes, 2009

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

LEIS “PERFEITAS”, UNIVERSO IMPERFEITO

Por Julio Zamparetti

O universo não é perfeito. Pode até ser bom, mas perfeito não. Ainda que seu movimento seja preciso, bem articulado e harmonioso, ele não é perfeito porque não é consciente. Só a consciência pode gerar a perfeição. Se não houvesse as leis, o universo seria um caos, o que prova, inexoravelmente, a sua imperfeição. Tudo que é perfeito permanecerá perfeito mesmo que não haja leis.

Enquanto a lei é imposta e não faz parte do sujeito que a obedece, a consciência é gerada e parte imanente do sujeito consciente. Nós, humanos, nos movimentamos erradamente e não convivemos harmoniosamente, mesmo estando repletos de leis civis, morais e religiosas. Isso porque a lei age sobre, e não no, ser humano. Dada essa imperfeição, criamos ainda mais leis a fim de que possamos, seguindo-as, ser perfeitos. Mas a lei jamais tornou alguém perfeito, porque ela própria, seja qual for, jamais foi perfeita. Apenas serve para nos fazer cientes de nossas imperfeições. Lei não nos falta, já temos todas as leis que poderíamos quebrar, o que nos falta é consciência.

O universo seria perfeito se tivesse consciência em vez de leis. Se Júpiter pudesse sair de sua rota e socorrer a Terra da colisão com o asteróide 2004MN4, que poderá atingi-la no ano de 2034. Mas Júpiter não pode fazer isso porque não tem consciência disso... nem disso, nem que qualquer outra coisa. A única coisa que Júpiter tem por si são as leis naturais, que ele às segue, também, sem qualquer consciência disso.

Agora imagine cada um de nós como um planeta. Cada um seguindo rigorosamente sua órbita, regidos invariavelmente pelas vias das leis. Cada um fazendo sua parte e pronto! Tudo perfeito! Será? Quando um asteróide estiver em rota de colisão (coisa que não ocorreria se as leis fossem perfeitas) com um de nós, será que poderemos chamar de perfeição o fato de que um de nós se extraviará sem que qualquer outro possa fazer alguma coisa? Não seria perfeito se alguém quebrasse a lei que determina sua perfeita rota, para salvar o outro? Para isso é necessário consciência e liberdade.

As Escrituras Sagradas dizem que fomos criados para sermos perfeitos. É bem verdade que ainda estamos longe disso. Mas a dinâmica da passagem do primeiro para o último testamento bíblico implica necessariamente na transposição de um regimento espiritual legalista para a caminhada harmoniosa da liberdade consciente. Ou seja, um mundo perfeito é aquele em que os atos de cada um se principiem na responsabilidade de um para com o outro, motivados pelo amor e não pela obrigação.

O que chamamos de perfeição das leis, não é perfeito. Por isso ninguém alcança perfeição por cumprir leis. Não por acaso Jesus falou que quem faz suas obrigações é um inútil. A perfeição, se alcançável, alcançar-se-á pela consciência. A mesma consciência dAquele que, por AMOR, quebrou a lei que ordenava não tocar o leproso; não colher espigas, nem carregar uma cama aos sábados; que rompeu o preconceito de conversar com uma mulher e falar às crianças; que subverteu a ordem de valores comendo com pecadores e andando com gente excluída.

Um universo perfeito é impossível porque o universo segue leis, que, segundo o cientista Marcelo Gleiser, no livro ‘Criação Imperfeita’, também não são perfeitas. Entretanto, a humanidade, essa sim, pode ser perfeita se tiver a consciência dAquele que foi Perfeito (com P maiúsculo). E seu único mandamento foi AMAR. Eis um caminho superior!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A LEI ESTÁ MATANDO A HUMANIDADE: A MORTE DA CONSCIÊNCIA

A respeito do artigo que postei ontem, "PRECISAMOS DE LEI?", meu grande amigo, Pr. Maicon Blues, que costumeiramente deixa seus comentários aqui no blog, desta vez fez seu comentário no meu perfil do orkut, dizendo o seguinte: "Sem lei nossa natureza adâmica se auto-destrói". Achei fantástico! Diante deste e outros comentários bem sacados que recebi, persisti pesquisando sobre essa temática e assim repasso para vocês um artigo que encontrei de Caio Fábio, que muito corroborá para nossa reflexão.

Por Caio Fábio


Estava assistindo a mais um episódio do Apocalipse bíblico na CNN e na BBC.


É impressionante que as mesmas sementes históricas, culturais, geográficas, étnicas e religiosas continuem a nos mostrar a cara da Humanidade por mais de quatro mil anos.


Os personagens do Gênesis estão vivos em seus filhos e lutas até hoje. Sobretudo Hoje! De fato, a Bíblia não é somente Palavra de Deus — digo “somente” apenas na perspectiva daqueles que vêm a Palavra “guardada” dentro do livro —, mas também a Palavra da Humanidade.


Eu já disse isto: quanto mais se anda de volta ao Gênesis, mais se chega perto dos personagens do Apocalipse.


Agora mesmo, com o assassinato do novo líder de campo de uns dos grupos terroristas em território palestino, o que se ouviu como “razão e lógica” das duas partes foi apenas denúncia moralista. Ambos os lados são hipocritamente moralistas e religiosos em seu modo de fazer “política e guerra”. Ambos os lados evocam “valores”.


Aliás, o novo nome da Lei, nessa fantasmagórica era pós-moderna, é “Valores”. Muda do singular para o plural, mas é a mesma coisa. É apenas uma maneira psicológica de ser legalista. E eu aqui pensando: “Fundados em valores os dois lados vão afundar até a morte.”


Então, fiquei pensando nessa tirania horrível dos valores; sim, de todos eles; coisas “nobres” como honra, coragem, valentia, dignidade, correção, retidão, soberania, liberdade e o escambau ao infinitesimal. Todas elas umas gracinhas! Lindas de morrer…


Então vi como é difícil para a mente humana o exercício da Consciência. Dá vertigem. As pessoas não sabem onde se segurar. Escorregam… Mesmo andando em chão plano crêem que vão cair… Precisam do corrimão da Lei, da Moral, do Politicamente Correto ou mesmo dos Valores e Princípios.


É claro que não é possível haver vida num mundo caído sem que tais “imposições da queda” possam deixar de se fazer presentes; afinal, consciência é coisa rara na terra. A questão é a Lei mata. Sempre. Assim, sem Lei, nos matamos; e, com a Lei, morremos!


Eu tenho apenas Um acima de mim. Lei nenhuma me dá os parametros de meu existir. Em Cristo a fé gera Consciência, não Lei. Acima da Consciência está Deus. Dele provém toda consciência. As demais coisas, mesmo os Valores, têm que estar a serviço da Vida, não da morte. Portanto, a serviço da Consciência, não sobre ela. A menos que Deus não existisse. Então, seria Tirania pela Tirania, no absurdo existir por existir.


A Consciência tem que aprender a não usar “valores” quando o curso da ação deflagrada vai gerar morte. Aí está a Liberdade!


A Lei está matando o mundo. É a guerra dos Direitos. É a suprema arrogância: “Quem é dono do mundo? ” É a mais ardilosa camuflagem: o sangue. É a mais diabólica mensagem: “Liberdade”. É a mais enganosa liberdade: “Chegou a nossa vez de mandar em vocês!”

Odeio a “inteligência” humana!

Ó, Deus, dá-nos Consciência, e derrama sobre nós a Graça de fazer o que é bom, não o que seja considerado digno de morte como justiça própria.

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Fonte: http://pensecomigo.com/a-lei-esta-matando-a-humanidade-a-morte-da-consciencia/
Postado em 12 de Novembro de 2010

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

PRECISAMOS DE LEIS?

Baseado em Mt.5,21-37
Por Julio Zamparetti

É muito difícil para nós seres humanos abrirmos mão do controle da situação; é difícil confiarmos nos outros; admitamos: é difícil confiar em Deus.

Para tudo impomos normas, regras e condições por uma única razão: queremos a garantia de que tudo sairá do jeito que desejamos.

As igrejas não confiam que seus fiéis saberão escolher entre o bem e o mal. Por isso lançam cartilhas e dogmas determinando o que é bom ou mal, que lugares freqüentar, o que se deve ou não beber, assistir, ouvir, vestir, etc.

Também os pais não confiam que seus filhos são capazes de tomarem suas decisões, pois não os prepararam para essa hora. Agora, querem decidir por eles a decisão que só a eles pertence tomar.

Na verdade a carência que temos de leis que estabeleçam nossa conduta diária é congruente a deficiência que temos em expressar o caráter de Cristo. Isso porque todo aquele que expressa em sua vida a vida de Cristo, ainda que não conheça uma só lei, cumprirá, essencialmente, toda ela, pois, por amor a Deus, jamais fará aos outros aquilo que ele não quer que lhe seja feito, ao mesmo tempo em que fará ao próximo aquilo que deseja que lhe façam os outros.

Portanto, fazer o bem a quem quer que seja não deveria ser uma imposição arbitrária, exigida por uma terceira pessoa. O ideal é que a bondade seja um fruto gerado no âmago da primeira pessoa (EU), isto é, só é bondade o bem gerado no íntimo do coração.

Não digo com isso que toda lei seja má. De forma alguma! Elas podem ser boas e necessárias, na mesma medida em que somos maus e débeis. A boa lei nos serve exatamente para regular e remediar nossas maldades e debilidades. Seria, ela, absolutamente desnecessária se fôssemos realmente bons, pois então faríamos o mesmo bem que a lei pretende, porém faríamos não por obrigação, mas sim por simples expressão do ser.

É nesse sentido que Cristo nos propõe algo muito superior que a lei. Já dizia o sábio que prevenir é melhor que remediar. Segundo Jesus, os antigos falavam: “Não matarás”. Ele, no entanto, disse: “se te irares contra teu irmão, serás levado a juízo”. Graças a Deus não era essa uma nova lei, mas uma nova perspectiva de condução moral. Antes de proibir o assassínio, que é o efeito da ira, Jesus propôs tratar a ira, que é a causa do assassínio; Antes de reprimir o adultério, que é o efeito da cobiça, propõe tratar as nossas cobiças que são a causa do adultério; Antes de coibir a exploração, devemos tratar as ambições.

É claro que não somos perfeitos (ainda), por isso necessitamos de regras, normas, costumes, leis e alguns dogmas. Mas é indispensável que essas leis, ou religiosidade, sejam regidas pelo amor e produzam no coração daqueles que a seguem, algo maior e muito mais precioso que a própria lei, ou religiosidade em si.

O valor de uma ostra está na pérola que ela produz. O valor de uma religiosidade está no tesouro precioso, o Reino de Deus, que é gerado no interior daquele que crê. Fora isso, a ostra não tem valor... nem as leis e a religiosidade.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

OS SUICIDAS HERDARÃO O REINO DOS CÉUS?

Por Daniel Bedhung


Questão antiga e polêmica… Mas, sabe de uma coisa? Não me interessa. Tomara que eles fossem, mas prefiro deixar esta questão para Aquele Único Juiz revestido desta autoridade: Deus.


Contudo, acho incrível nossa capacidade de tão facilmente mandar pessoas para o inferno, entre elas os suicidas.


Lembro-me do caso de um amigo que se enforcou em casa. Sua “igreja” na época (católica) não quis realizar o sepultamento de seu membro porque era um suicida. Como eu o conhecia, pedi então ao pastor da igreja em que congregava, que realizasse os atos fúnebres. Então o enterramos.


Depois da morte de meu amigo, comecei a pensar sobre isso, uma vez que ele estava ouvindo do Evangelho, e vieram-me algumas questões: quem somos nós para determinarmos o destino de quem cometeu tal ato? Alguém pode dimensionar o estado mental e emocional do indivíduo que em momento de angústia extrema providencia este tipo de “escape”?


Certo dia, muito tempo depois, um professor meu falou-me algo sobre suicido que serviu-me como revelação sobre este assunto. Ele mostrou-me o texto de Ester 4:11 (“Todos os oficiais do rei sabe que existe somente uma lei para qualquer homem ou mulher que se aproxime do rei no pátio interno sem ser por ele chamado: será morto; a não ser que o rei estenda o cetro de ouro para a pessoa e lhe poupe a vida. E eu não sou chamada a presença do rei há mais de 30 dias.”). No contexto, apresentar-se ao rei sem ser chamado implica em risco de morte, salvo aquele a quem o rei estendesse o cetro e o recebesse, como fez com Ester. Para mim, então, suicidar-se é apresentar-se diante do Rei sem ser chamado.


Escolho ficar com estes pensamentos – pois para mim soam muito mais como o espírito do Evangelho. De forma alguma pretendo juntar-me àqueles que colocam-se no lugar de Deus – ora condenado, ora salvando – com seu julgamento baseado em exterioridades.



Fonte: http://pensecomigo.com/os-suicidas-herdarao-o-reino-dos-ceus/

sábado, 12 de fevereiro de 2011

NO SILÊNCIO TU ESTÁS

Por Eliel Vieira

(Artigo resumido)


“Eu te busco, te procuro ó Deus… No silêncio Tu estás.”


Uma famosa música evangélica brasileira, interpretada pelo legendário Luciano Manga (vocalista da fase áurea do Oficina G3), começa com as palavras destacadas acima. A canção é até legalzinha, mas alguns pensamentos sempre surgem em mente logo quando começo a ouvi-la. Estes pensamentos estão relacionados ao silêncio.


É muito estranho a canção começar falando sobre Deus habitar no silêncio quando isto é o que menos presenciamos dentro da igreja. Sejamos francos, se há uma coisa que ninguém espera encontrar em uma igreja evangélica, é silêncio. Na verdade, em igrejas neopentecostais (predominantes no Brasil atualmente) podemos esperar encontrar o extremo oposto: gritos, pulos, “tira o pé do chão”, etc. Existe até uma canção que diz, “Quando estou em sua presença… dá vontade de gritar!”


Mas a música do Vineyard fala sobre Deus habitar no silêncio, e sempre (mas sempre mesmo) que esta canção gravada pelo Vineyard começa a tocar eu reflito comigo, “Se Deus habita no silêncio, como podemos encontrá-Lo no meio de tantas gritarias?” Também fico imaginando se as pessoas realmente estão refletindo no que estão cantando (ou se estão agindo simplesmente como robôs programados) e, se estão mesmo refletindo enquanto cantam esta música, por qual razão elas simplesmente não se calam logo em seguida.


Em primeiro lugar, culto deveria ser um local para reflexão e oração, não para entretenimento. Existem locais e horários apropriados para entretenimento, de modo que o formato neopentecostal do culto (o culto-show) peca por não ser nem uma coisa nem outra. Deixa de ser uma oportunidade de oração, já que nenhuma pessoa normal consegue se concentrar para orar com uma mulher gemendo notas altíssimas no microfone, e também deixa de ser um show, já que os responsáveis pela liturgia tem (tem?) consciência de que não estão ali para se expor.


Eu poderia resumir meu argumento aqui com um silogismo simples.

1. O objetivo do culto é a reflexão, oração e aprendizado.

2. O ambiente mais propício para a reflexão e a oração é o silêncio.

3. Logo, o melhor ambiente para um culto é o silêncio.


Reflexão exige concentração, e concentração exige silêncio e pouca movimentação. Se o melhor ambiente para adoração para você é um local com um animador de plateias burguesinho gritando frases sentimentais hipnóticas no seu ouvido, ou uma mulher gemendo notas altíssimas no microfone, bem, neste caso, com todo o respeito, o problema é seu e não meu. Mas eu até apostaria meu almoço na hipótese que você no fundo no fundo nunca parou para refletir sobre a reflexão, nunca refletiu sobre o que você está fazendo e por que você está fazendo o que faz na igreja.


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Leia o artigo na íntegra no site http://elielvieira.org/2011/01/22/o-silencio-dos-inocentes/

Título original: O Silêncio dos Inocentes

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

MANIFESTO PELO ETHOS DA LEI RÉGIA

Por Julio Zamparetti

Assim como cria e ensinava o Apóstolo São Paulo, creio que o evangelho é o poder para a salvação de todo aquele que crê. Creio que o evangelho de Jesus Cristo é a mensagem mais poderosa e completa, que traz todos os preceitos necessários e fundamentais para a transformação deste mundo e iluminação de cada ser humano. Portanto, é no Evangelho de Jesus Cristo que procuro pautar minha fé, moral e conduta diária.

Em vez de uma doutrina alienante, defendo a necessidade da integração de todo cristão nos mais diversos meios sociais, científicos, políticos, culturais e profissionais, constatando a realidade e contestando toda usura, corrupção e falta de ética.

Creio na Lei Régia ensinada por São Tiago, que consiste do amor ao próximo (v.2:8). Assim, qualquer lei ou interpretação que se faça sem o regimento do amor; que promova o descaso ambiental ou social; que gere ou favoreça qualquer forma de exclusão e preconceito, jamais será digna de difusão, pois Deus é amor e seu Reino é paz, justiça e alegria de espírito.

Não é justo que aqueles que sofreram uma separação matrimonial, devam sofrer também a exclusão aos sacramentos, ou que lhes seja tolhido o direito de segunda união; não é justo que os mais fracos (tidos por “pecadores”) sejam impedidos de se alimentarem da Ceia do Senhor, uma vez que Cristo veio justamente para os mais fracos; não é justo que os dogmas sejam aplicados indiscriminadamente sem se considerar que a vida e o ser humano são os alvos maiores do amor, perdão e remissão do Criador; não é justo que o corpo místico de Cristo (a igreja) viva tão apegado às aparências, sem promover o amor fraternal incondicional, afinal, Cristo veio para os pecadores e ensinou a perdoar quantas vezes forem necessárias.

"Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia"

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A ESPIRITUALIDADE DA ÁGUA E O SAL

Por Edmar Pimentel


O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d’água e bebesse.
– Qual é o gosto? – perguntou o Mestre.
– Ruim – disse o aprendiz.
O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse a um lago.
Os dois caminharam em silêncio e o jovem jogou o sal no lago, então o velho disse:
– Beba um pouco dessa água.
Enquanto a água escorria do queixo do jovem, o Mestre perguntou:
– Qual é o gosto?
– Bom! – disse o rapaz.
– Você sente o gosto do sal? – Perguntou o Mestre.
– Não – disse o jovem.
O Mestre então sentou ao lado do jovem, pegou sua mão e disse:
– A dor na vida de uma pessoa é inevitável. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Então, quando você sofrer, a única coisa que você deve fazer é aumentar a percepção das coisas boas que você tem na vida.
Deixe de ser um copo. Torne-se um lago.
(Extraído – Conto Zen)


Nesse texto de filosofia Oriental, somos chamados à reflexão partindo do particular para o todo.

Como copo – território limitado, é mais fácil administrar a espiritualidade do in-mundo, do EU de cada um de nós. Minha dor, minhas contas, meus problemas, minha família, meu, meu e meu... Meu copo.


...O lago nosso de cada dia nos daí hoje.


Na vida, somos desafiados a “expansão”. Expandir-se é quase um dever; é uma necessidade. Expandir-se é crescer, amadurecer, encarnar o novo, é abrir-se às possibilidades, ouvir e comprometer-se; sentar e conversar, dizer “sim”, quando o sim é a melhor opção; olhar no olho; é comungar.


A água é da mesma essência no copo e no lago. Só que, no lago, esta está em quantidade infinitamente maior. O Sal pode manter as suas propriedades exclusivamente no copo e para o copo, servindo de elemento de conservação. Sal que salga, que torna amarga, que conserva, que eterniza. Mas lançado ao lago, poderá ser nutriente alimentício para muitos. Não conservará a si próprio, mas , como aquele que dá a vida pelos outros, sevirá a muitos, ainda que ele mesmo não apareça.


Assim foi na história daquele pobre garoto que tinha alguns pães e peixes provavelmente para uma última refeição em seu copo. Mas quando o pão é disponibilizado e repartido torna-se sacramento para muitas pessoas. Ou ainda como os dez que foram curados da lepra e só um voltou agradecido. Os dez deixam de ser copos sujos e passam agora a ser limpos e socialmente aceitos por todos, porém nove serão apenas copos limpos. Esse que voltou vislumbrou aquele que é o “limpador” de copos e uniu-se à imensidão de água a jorrar. Maior do que a purificação da lepra, aquele pobre descobriu que ser copo é olhar para o próprio umbigo, enquanto há uma imensidão de “água viva” que pode transbordar a partir do seu EU interior se tão somente lançar-se à imensidão do lago.


A forma pela qual se adquire o transcendente é tornando-se lago. Copo e lago estão dentro de nós. Resta-nos querer abrir mão da comodidade e nos lançarmos à pluralidade... O santuário das moradas do Altíssimo, Deus está no meio dela...


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Edmar Pimentel é Reverendo da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

CONSTRUÇÃO DA PAZ

Por Julio Zamparetti

Tão grande quanto o número de religiões são os seus conflitos, fruto da intolerância, da falta de caridade, do fundamentalismo e de interesse econômicos. Partindo desse pressuposto, percebe-se que, ao contrário do que sugere a etimologia da palavra “religião”, que deriva-se do latin “religare”, a religião, muitas vezes, ao invés de religar, tem sim desligado o indivíduo de seu próximo e de Deus.

No geral, as causas destes confrontos são complexas, envolvendo jogos estratégicos na geopolítica, veladas disputas entre antigas potências coloniais, disputa entre grandes companhias pelo acesso a diamantes, petróleo, gás, urânio ou outros materiais estratégicos, além de razões históricas, econômicas, políticas e sociais, raciais e, cada vez mais, culturais. É inegável que muitos destes conflitos vêm atravessados igualmente por uma vertente religiosa, acionada ao sabor dos interesses em jogo. (BEOZZO, 2003)

No Brasil, ainda que seus conflitos não tomem proporções semelhentes as que ocorrem em paises da Europa e Oriente médio, podemos sentir os seus reflexos negativos pela falta de cooperação mútua que poderia fazer muita diferença para a constituição da paz e do bem estar de nosso povo.

Indivíduos não foram feitos para as religiões, as religiões é que foram feitas para os indivíduos, para ampara-los espiritualmente, conforta-los e acolhe-los sem discriminação. A verdadeira religião não busca pessoas que comprovem status e dignidade a altura, mas acolhe os enfermos, miseráveis, excluídos e discriminados.

Estamos familiarizados com um Jesus Cristo, Filho eterno de Deus, Senhor do universo, Salvador do mundo, primogênito de toda criação e primeiro ressuscitado entre muitos irmãos. Estes títulos de magnificação ocultam as origens humildes, a trajetória histórica do verdadeiro Jesus que andou entre o povo, perambulando pelos vilarejos da Galiléia e que morreu miseravelmente fora da cidade de Jerusalém (BOFF, 1978 p. 21).

A grande contradição deste tema se dá, justamente, ao tratarmos da falta de caridade entre aqueles que subsistem através da propagação do amor. Ou seja, dependem do discurso da caridade para a sua subsistência, porém efetivamente não a buscam na convivência. A caridade é o amor que leva alguém a realizar boas obras sem esperar absolutamente nada em troca. Quando tratamos de caridade estamos falando de um amor verdadeiro, ativo ainda que não correspondido. Todas as religiões subsistem-se dessa mensagem. Vive-la, não seria a solução para todos os conflitos?

O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.O amor jamais acaba. (1 Coríntios 13:4-8a)

Outro fator de conflito em que a religião está ataviada é a questão econômica. Existe muita coisa em jogo quando o assunto é o comércio religioso. Nele está envolvido toda uma questão de força política e poderio econômico do qual ninguém se dipõe a abrir mão. Assuntos de cunho relativo a fé são discutidos e dirigidos sob o prisma político e monetário, onde o que realmente interessa é o lucro e a manutenção do poder. É em nome desse poder que alianças são feitas ou desfeitas e o amigo de hoje torna-se inimigo, amanhã.

O caminho da construção da paz se dá na comunhão do fundamento essencial de uma religião que realmente religa, o amor. Isso compreende o respeito à individualidade, às diferenças religiosas e culturais e à liberdade de expressão. Compreende também valorizar a vida e o ser-humano acima dos dogmas religiosos e interesses econômicos. Compreende a disposição de fazer o bem sem olhar a quem, nem olhar o quanto isso possa gerar ônus ou bônus para os interesses particulares.

A paz seja com todos!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A ARCA DE NOÉ (no Brasil)

Essa é mais uma daquelas crônicas inteligentes, que nos diverte e faz pensar. Li, gostei e repasso na íntegra:

Eis que um dia o senhor todo-poderoso resolveu chamar Noé, que vivia no Brasil e lhe deu a seguinte ordem: - Dentro de seis meses farei chover ininterruptamente durante 40 dias e 40 noites, até que o Brasil seja coberto pelas águas. Os maus serão destruídos, mas quero salvar os justos e um casal de cada espécie animal. Vai, então, e constrói uma arca de madeira. No tempo certo, os trovões deram o aviso e os relâmpagos cruzaram o céu.

Noé chorava, ajoelhado no quintal de sua casa, quando ouviu a voz do Senhor soar furiosa, entre as nuvens: - Onde está a arca, Noé? - Perdoe-me, Senhor - suplicou o homem. – “Fiz o que pude, mas encontrei dificuldades imensas. Primeiro tentei obter uma licença da prefeitura, mas para isto, além das altas taxas para obter o alvará de construção, me pediram ainda uma contribuição para a campanha eleitoral do prefeito. Precisando de dinheiro, fui aos bancos e não consegui empréstimo, mesmo aceitando aquelas taxas de juros. O Corpo de Bombeiros exigiu um sistema de prevenção de incêndio, mas consegui contornar, subornando um funcionário. Começaram, então, os problemas com o Ibama e a Fepam para a extração da madeira. Eu disse que eram ordens de Deus, mas eles só queriam saber se eu tinha um “Projeto de Reflorestamento” e um tal de “Plano de Manejo”.

Neste meio tempo, eles descobriram também uns casais de animais guardados em meu quintal. Além da pesada multa, o fiscal falou em “Prisão Inafiançável” e eu acabei tendo que matar o fiscal porque, para este crime, a lei é mais branda. Quando resolvi começar a obra, na raça, apareceu o Crea e me multou porque eu não tinha um engenheiro naval responsável pela construção. Depois apareceu o sindicato exigindo que eu contratasse seus marceneiros com garantia de emprego por um ano. Veio, em seguida, a Receita Federal, falando em “sinais exteriores de riqueza”, e também me multou. Finalmente, quando a Secretaria Municipal do Meio Ambiente pediu o “Relatório de Impacto Ambiental” sobre a zona a ser inundada, mostrei o mapa do Brasil. Aí, quiseram me internar num hospital psiquiátrico! Sorte que o INSS estava em greve. Enfim, Noé terminou o relato chorando, mas notando que o céu clareava, perguntou: - Senhor, então não irás mais destruir o Brasil? - Não! - respondeu a Voz entre as nuvens. - “Pelo teu relato, Noé, acho que cheguei tarde! O governo já se encarregou de fazer isso!”.

Fonte: http://www.diariodosul.com.br/?pag=colunistas&codcol=27&cod_coluna=875

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Por Julio Zamparetti

Este texto me fez enxergar algumas semelhanças entre o Brasil e a Igreja. Pois a igreja também está extremamente burocratizada.

É comum vermos pessoas boas serem mal julgadas por não se submeterem aos princípios religiosos ruins; leis estatutárias serem impostas a rigor em detrimento do amor ensinado pelo próprio Cristo; igrejas que, diante de um filho seu que transgride a moral, estabelecem seus cânones com vista à isenção moral da instituição, e não com o princípio de restaurar a ovelha ferida; líderes que se profissionalizaram na função sacerdotal e exigem de tudo para executar seu ofício que nem de longe se parece com o trabalho de servo.

Alguém ainda duvida de que perdemos o Messias?