terça-feira, 30 de novembro de 2010

NATAL, PRA QUEM?

Iniciamos mais um período do advento e uma reflexão se faz necessária: sendo o advento um período de preparação para o Natal, que Natal estamos preparando?

Os pais começam a pensar na Ceia de Natal e a festas de ano novo, as crianças pensam nos presentes, o comércio pensa nos lucros, os empregados no décimo terceiro salário, algumas famílias começam a se preparar para as viagens e outras já começaram a limpeza da casa na praia. Enfim, o roteiro começa em Dezembro e só terá fim após o carnaval, quando tudo, ao que se supõe, volta ao normal.

Seja em período normal ou festivo, a verdade é que os planos de nobres e plebeus estão centrados no bem estar pessoal. Paz, saúde e prosperidade é tudo o que se espera, ficando de lado a partilha, a solidariedade e amor ao próximo. O brilho que estampa a tela da TV esconde a realidade dos pobres e miseráveis, a luz que irradia dos fogos de artifício nos faz pensar que está tudo bem, que todos são felizes, e o espírito do qual somos envolvidos anestesia a nossa mente fazendo-nos esquecer o que é o Natal.

Nesses dias o mundo parece um imenso salão onde se monta uma grandiosa festa de aniversário na qual o aniversariante não é convidado. Tudo porque, como em qualquer outra festa, ninguém quer pensar em quem sofre. Afinal, se pressupõe que as festas sirvam justamente para fazer esquecer os problemas. Eis aí o verdadeiro problema! Natal sem a inclusão do pobre, do preso, do que não tem o que comer e vestir, nem lugar para dormir, é um Natal que exclui Jesus Cristo, o aniversariante, e portanto, não é Natal.

Diferente de outras festas, o verdadeiro Natal traz reflexão. Daí a importância do período litúrgico que estamos vivendo. Para quem tem fartura, o Natal é a festa do encontro com Cristo que vem na pessoa do faminto, enquanto para quem tem fome, o Natal é a festa do encontro com Cristo que vem na Boa Nova das mãos que se estendem para lhe ajudar.

Observando isso e vivendo assim todos dias, não somente descobriremos a felicidade do Natal ao findar do ano, mas felizes seremos por toda vida.

Para um feliz natal, faça boas reflexões durante o período do advento e boas ações durante o ano todo.

Ora vem Senhor Jesus!

sábado, 27 de novembro de 2010

A PAZ QUE SÓ CRISTO DÁ

Por José Fernandes

Minuto de Reflexão

“Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo” (Jo 16,33).

A fé não é certeza humana, segura. Ela nunca elimina completamente a dúvida, a obscuridade. É posta continuamente em discussão e à prova. Depois das palavras de Jesus, os apóstolos achavam que doravante todos os seus problemas estariam superados. Tudo agora é claro a seus olhos. Em seu entusiasmo há algo de infantil e humano: o orgulho de seguirem um homem extraordinário que tudo sabe. É interessante que há momentos que não queremos mais continuar, desanimamos por completo, queremos desistir e deixar que o desespero siga seu caminho destruidor. E, se olharmos minuciosamente, isso acontece com ricos que são tentados a se desesperar diante de diversas situações. Já ouvi gente com muito dinheiro dizer: não sou feliz, minha vida não tem sentido, não tenho um minuto de paz, não posso andar sossegado, tenho que sair sempre escoltado, andar em carro blindado. Isso é vida?

As pessoas vivem momentos como a esposa que abandona o marido, o filho que sai de casa, o marido que abandona a esposa, a menina que decepciona seus pais. É o emprego que não vem, a solução do problema que não acontece, os sonhos que se vão, algumas esperanças acabam e todas as aspirações acabam se desfazendo dentro de nós. Mas é exatamente na sua glória que Jesus pode nos amar e realmente ama a cada um de nós, de tal maneira que somos mais nós mesmos. Isso acontece quando nos damos a Ele recebendo sua paz eterna, quando depositamos todos os dilemas e frustrações da vida na sua presença, porque nele, por ele, nunca nos sentiremos sozinhos, mas teremos graça sobre graça. Teremos a graça no meio da tribulação, da dor e em qualquer dificuldade da vida.

Temos a paz de Cristo, paz que nos ajuda a viver pela graça dele e, assim, vencer o mundo em todos os momentos da vida. O fato de termos esta promessa da paz de Cristo nos ajuda a não nos preocupar com a falta da certeza a respeito da própria vida. Pela graça, temos a condição de vencer o mundo em todos os sentidos. Vivemos em paz sabendo que tal é a vida das pessoas de Deus, que Jesus pôde nos garantir quando foi conduzido à cruz do calvário por nós. Esta paz nos ampara por meio daquele que disse que nenhum fio de cabelo da nossa cabeça pereceria sem ser vontade dele. E ele diz: “os próprios cabelos de vossa cabeça foram todos contados”.

Pense nisso. Tenha uma ótima semana e... Fique com Deus!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O BURRICO E O REI

Quem pode negar que o Mestre sempre está certo? Foi Ele quem disse a Pedro para pescar um peixe e dentro do peixe haveria uma moeda para que eles pagassem seus tributos; Pedro assim o fez, pescou um peixe e lá estava a moeda predita. Noutra feita, disse para seus discípulos prepararem a páscoa, e para isso deveriam seguir um homem que estaria carregando um cântaro; tudo aconteceu exatamente como o Mestre havia dito. Também a Pedro disse: “Três vezes me negarás, antes que o galo cante”. “De maneira alguma, Senhor” – respondeu Pedro – “jamais te negarei”. Ao cantar do galo, para infelicidade de Pedro, Cristo havia acertado de novo.

Muitas vezes é difícil para nós entendermos os ensinamentos de Cristo, pois nem sempre nos parece ter lógica! Você sabe: “é dando que se recebe”, “quem perde a vida... esse a ganha”, “quem quer ser grande seja o menor” e assim vai. O duro é que por mais que relutemos, no fim sempre acabamos tendo que admitir: O Mestre estava certo!

“Vão até o povoado ali adiante. Logo que vocês entrarem lá, encontrarão preso um jumentinho que ainda não foi montado. Desamarrem o animal e o tragam aqui. Se alguém perguntar por que vocês estão fazendo isso, digam que o Mestre precisa dele” (Lucas 19:30-31 NTLH).

O Mestre sempre está certo! Lá estava o dito burrico! Mas tinha dono. Claro que o Mestre sabia disso, por isso, já alertara aos discípulos para quando fossem interrogados, respondessem que o Mestre precisava do jumentinho. Depois que essa predição também se cumpriu, nenhuma outra pergunta se fez. Mesmo sem entender nada, os donos do burrico (zero Km) se aquietaram.

Logo adiante, podemos ler, nas Escrituras, o Mestre entrando triunfalmente em Jerusalém, como Rei, assentado no jumento. E diziam todos: “Bendito é o Rei que vem em nome do Senhor! Paz no céu e glória nas maiores alturas!” (Lucas 19.38 RA).

Difícil mesmo é nos desapegarmos dos burricos de nossa vida. Aprisionamo-nos aos bens materiais, casas, carros, como se isso fosse o que há de melhor nesta vida. Apegamo-nos às nossas filosofias, teologias e razões para nos firmarmos acima daqueles a quem, embora discordemos, deveríamos ter ao nosso lado, caminhando juntos no amor de Cristo que supera todas as diferenças. Que teologia é essa que tem criado diversas barreiras entre nós e nos impede de amarmos uns aos outros? Não caminha essa teologia no rumo oposto ao que o próprio Cristo ensinou?

Rezamos para que venha a nós o Reino do Pai Nosso que está no céu, mas negamo-nos a nos desapegarmos de nossos burricos. Pois nos parece mais certo provar que estamos certos do que agirmos de forma certa. Teses são elaboradas sobre o amor de Deus, mas pouco ou nada sabemos sobre como amar com o amor divino. É como ficarmos discutindo o porquê dos outros passarem fome enquanto estamos fartos, sem nos darmos conta de que eles padecem, exatamente, por que nós discutimos enquanto deveríamos estar repartindo.

Deixe o burrico pra lá. Aquiete-se diante do que você não consegue entender, deixe pra lá o que te adoece e consome tua paz, arrisque-se em amar, surpreenda-se em se doar, confie em Deus e deixe-O cuidar de tudo. Só assim veremos o Rei entrar pelas portas de nossa vida, de nossa comunidade, de nossa família e nossas amizades, dando sentido à nossa existência e nos fazendo usufruir o que há de melhor nessa vida: o sorriso inocente, o abraço fraterno, o elogio sincero, o choro sem fingimento, coisas simples da vida, que só tem quem sabe desapegar-se da própria vida, para receber a vida que a Vida tem para dar.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

QUEM NÃO TEM PECADO...

Tenho defendido, há algum tempo, que os homossexuais sejam incluídos ao convívio social e eclesial, sendo amados e aceitos exatamente como são. Sei que minha postura poderá gerar repulsa por parte dos mais moralistas, que acham que os homossexuais só podem ser aceitos mediante uma “mudança de hábito”. Entretanto, quero lembrar-lhes que o chamado de Cristo é universal e diz: “venha como estás”.

Não! De forma alguma quero fazer apologia à promiscuidade. Já antecipo isso, porque sempre que o assunto é homossexualidade, logo o tema é relacionado à vida promíscua, como se os termos fossem sinônimos, ou como se heterossexuais não pudessem ser depravados e os homossexuais fossem sempre promíscuos.

O fato é que não se pode exigir de quem queira se achegar a Cristo, nada que o próprio Cristo não tenha exigido. E a verdade é que Ele nada exige de ninguém senão o amor; amor incondicional. Entenda-se que é o contato com o amor de Cristo que nos muda, e não a nossa mudança que contata o amor Cristo.

Se alguma mudança haverá de acontecer, isso será por obra do Espírito Santo, e não por imposição humana. Ainda assim, se a tal mudança não ocorrer, é bem certo que o mesmo Espírito esteja operando com maior intensidade, a fim de nos ensinar a amar incondicionalmente. Pois, ao que parece, é necessária uma força muito maior do Espírito Santo para quebrar nosso preconceito, do que a força necessária para mudar a orientação sexual de alguém. Portanto, antes de ter fé de que Jesus possa transformar o homossexual, é preciso ter muito mais fé para aprendermos a amar como Cristo amou. Enquanto isso, os mais carentes de mudança somos nós, não eles. Pois nosso preconceito e ação excludente são muito mais nocivos que o homossexualismo.

Não quero com isso fazer vista grossa a ponto de dizer que o relacionamento homoafetivo não é pecado. Vejo essa questão sob o mesmo prisma que vejo o divórcio. Ambos são frutos de nossa natureza pecaminosa. Mas quem disse que para alguém se aproximar de Cristo não pode ser pecador? E quem tem o direito de impedir que alguém se aproxime dAquele que de todos se aproximou? Ora, se pecadores não podem se aproximar de Cristo, nem comungar entre seus irmãos, então ninguém pode fazê-lo. Mas se a graça de Deus basta, todos podem se achegar a Ele, pois Deus pode até se negar de remover o espinho na carne, mas jamais nega a sua graça a quem clamar misericórdia.

Nosso problema é fazer diferenciação entre pecado e pecado, como se esse fosse menos ou mais pecaminoso que aquele. É importante que entendamos que pecado é pecado indiferentemente da ocasião. Por isso ninguém é melhor que ninguém. Diferentes são, tão somente, as consequências, que por sinal, são muito piores quando se trata de pedofilia, estupro, adultério, assédio sexual, pornografia, promiscuidade, prostituição, corrupção, desvio de verbas, uso da máquina pública, exclusão social, repressão política, venda de votos, racismo, comércio da fé, exploração religiosa, promessas em nome de Deus, sonegação fiscal, enriquecimento ilícito, pirataria, descaso ambiental, desperdício de água e degradação dos recursos naturais. A menos que esteja relacionado a algum destes pecados, a homossexualidade não traz consequências maiores que qualquer um destes traz.

Mas então porque as igrejas sabem, tão bem, incluir no seu convívio, políticos corruptos, empresários exploradores, comerciantes desonestos, pregadores dinheiristas, tarados, vendedores de produtos piratas, sonegadores, mentirosos grandes ou pequenos, comilões, sovinas, etc? O que faz essa casta ser muito mais aceitável que os homossexuais, dentre os quais há muita gente honesta, discreta, fiel e amável? Na verdade as igrejas aceitam e incluem todo e qualquer pecador, até mesmo o homossexual, desde que seu pecado não se torne visível. Sabe acolher a menina desvirginada com vida sexual ativa com muitos parceiros, desde que ninguém saiba e que não fique grávida; sabe acolher o marido covarde que agride sua mulher, conquanto ela não o denuncie; também sabe acolher o sonegador, desde que seu dízimo seja “uma bênção”. Não tenho dúvida, este é um tempo de igrejas hipócritas, mais pecadoras do que aqueles a quem elas condenam.

Que Deus nos ajude! Não sou dono da verdade, portanto, posso estar errado. Se for o caso, fiquem a vontade, e quem não tem pecado apedreje a quem quiser.

Sei que o assunto é complexo e não tenho pretensão de, neste espaço, concluir esse pensamento, nem formular uma posição concreta. Mas deixo o tema aberto, para conversarmos, comentarmos e refletirmos juntos sobre o assunto. A casa é sua.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

SABER AMAR, SABER VIVER

Por José Fernandes

Minuto de Reflexão

“Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15,12).

Saudade dos velhos tempos. Quem já passou dos trinta, como é o meu caso, deve lembrar-se com saudade de três ou quatro décadas atrás, recordar e perceber como os tempos mudaram. A família comia junto, sentavam-se a mesa, faziam a oração juntos e juntos tomavam a refeição, mesmo que fosse simples tudo era com união e muito amor. O pai voltava do trabalho, mesmo cansado, tirava o tempo para conversar com a família. Todos tinham o hábito de se reunirem para botar as fofocas em dia. Nos finais de semana os pais iam com as crianças para a igreja, comiam e desfrutavam o dia todo em comunhão com ela. Na semana, havia os cultos domésticos e ainda tempo para conversar. Os g rupos se reuniam, a Igreja vivia unida nas ações e respirava a comunhão de uma maneira muito eficaz.

Agora, com a realidade da cidade, tudo ganhou um sistema novo e os espaços diminuíram. Os campos industriais aumentam, a vizinhança dá espaço não para gente e, sim, para as máquinas. Os vizinhos não se falam mais, se ignoram. Cada um começa a lutar pelos seus ideais. O tempo de estar junto começa a ficar pequeno e escasso. O pai precisa buscar uma oportunidade melhor, começa a estudar e a se desenvolver melhor por causa da concorrência. A comunidade da rua passa a não existir mais. Moram no mesmo bairro, mesma rua, mesmo edifício, mesmo andar e ninguém conhece ninguém. Quando se programa uma reunião de família, entre dez convidadas aparece duas ou três, isso quando a anfitriã não fica sozinha e o que é pior, muitas vezes incompleta.

A solidão ocupa o espaço do coração das pessoas, a depressão começa a chegar porque a espo sa perde o seu marido para a empresa. Os filhos entram em crise porque são educados e acompanhados pelas babás eletrônicas que invadem as salas das nossas casas. A comunidade tem agora um negócio chamado competição.

Mesmo diante de todas essas situações, o Senhor quer que compartilhemos o discipulado do amor entre nós. Temos que nos amar como Jesus nos amou. Não podemos nos unir pelos ideais do presente século que são: consumo, projeção pessoal e individualismo total. A nossa meta é amar o outro e se dar por ele como Cristo fez por nós.

Pense nisso. Tenha uma ótima semana e... Fique com Deus!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

PARA QUE VALE A TUA FÉ?

“Vós dizeis: Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos e em andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos? Ora, pois, nós reputamos por felizes os soberbos; também os que cometem impiedade prosperam, sim, eles tentam ao SENHOR e escapam” (Malaquias 3.14-15).

Fico me perguntando: como pode um ímpio prosperar mais que um justo? Para ser honesto, nunca vi isso acontecer! Pois é impossível um ímpio estar à frente do justo, uma vez que eles não trilham o mesmo caminho.

Vamos tentar entender. Sabe aquele alemão, oito vezes campeão da fórmula 1? Pois é! Pasmem, mas eu garanto, ele jamais me venceu no kart, e duvido que um dia me vença, ainda que ele vença todas as corridas em que participar. Pois eu, certamente, nunca competirei com ele.

O que quero dizer é que do mesmo modo como não corro nas mesmas pistas onde compete Schumacher, também o justo jamais anda no mesmo caminho do ímpio. Ou seja, não há parâmetro para fazer qualquer comparação entre um e outro. Afinal, o que para um é um tesouro, para outro não passa de excremento.

A única forma de um justo ver o ímpio a sua frente é trilhar o mesmo caminho dele. Era exatamente isso que aconteceu a Israel, que, pelo que vemos no versículo acima citado, em vez de focar as coisas eternas, limitou-se a olhar as coisas passageiras. Nessa hora, o povo de Israel viu os ímpios sendo muito mais prósperos.

Qualquer semelhança não é mera coincidência. Essa imagem de Israel é o retrato da igreja de hoje. Uma igreja que não tem seus olhos em Cristo, nem seu coração nos bens eternos, e por isso, constantemente, empenha toda sua fé em desejos egocêntricos, fúteis e passageiros. Uma igreja que se diz cristã, mas abandonou o caminho de Cristo, porque um Cristo pobre, que anda com os humildes, come com pecadores, abraça os leprosos e ainda se doa sem nada querer em troca, ninguém quer seguir, mesmo que seja este o caminho da eternidade e de um mundo melhor!

A moda agora é o caminho largo, “só vitória”, “vai dar tudo certo”, “não mais choro”, “não mais sofrimento”, “ser o primo pobre nunca mais”, “ser de Jesus é ter carro novo”, “casa nova” e “quem não tiver que faça uso de sua fé”. Quanto engano!

Se esse é o caminho que a tua fé almeja, nem te preocupes se vais ou não vais alcançar o que procuras. Já estás no caminho errado, mesmo! Com dinheiro ou na miséria, serás o mesmo miserável.

Porém se teu caminho é Cristo e nEle buscas os valores eternos, mesmo que sejas rico ou pobre, serás sempre bem sucedido, alcançaste caráter, dignidade, podes andar de cabeça erguida e dizer: “Conheço a Deus e sou dele conhecido e amado”. Só os verdadeiros filhos de Deus têm essa prosperidade!

E aos loucos que fazem das coisas passageiras o seu tesouro, aguardem. Pois dos ornamentos, pedras preciosas e ricas dádivas que juntarem não levarão nada, e “não ficará pedra sobre pedra”.

E tu? Onde está o teu tesouro? Que caminho tens percorrido? Para que vale a tua fé?

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

DEIXE PRA LÁ

Por Carlos Moreira


Se não deu certo, seja por que razão for, deixe pra lá...

Se você passou dos quarenta, não conseguiu o que queria, lamenta-se pelo que não viveu, sofre pelo que ainda há por vir, deixe pra lá...

Se você faliu, perdeu dinheiro num negócio, ficou desempregado ou construiu algo que não deu certo, deixe pra lá...

Se você se apaixonou por alguém, entregou-se de coração, se sonhou, fez planos, alimentou expectativas, e nada se concretizou, deixe pra lá...

Se você foi desprezado, ou desacreditado, se foi humilhado ou mesmo substituído sem explicação ou justificativas, deixe pra lá...

Se te julgaram medíocre, ou se você foi taxado abaixo da média, se as portas se fecharam ou se foi vítima de preconceitos, deixe pra lá...

Se você sentiu-se traído, se foi enganado, se já teve a experiência de ser passado para trás ou se os que se sentavam a sua mesa te abandonaram, deixe pra lá...

Se você sonhou com coisas impossíveis, se fez planos irrealizáveis, se constatou que é só um rosto na multidão, que apenas habita a vala dos comuns, deixe pra lá...

Se você empreendeu algo, se gastou sangue, suor, lágrimas, se foi parte essencial para colocar uma coisa de pé e, depois de tudo, foi esquecido, desprezado, posto ao lado, deixe pra lá...

Se você se esforçou, se estudou, se trabalhou duro ou mesmo foi ao extremo de suas forças e, ainda assim, não conseguiu o que queria, deixe pra lá...

Se num determinado momento lhe faltarem amigos, lhe faltarem motivos, lhe sobrarem perigos, fique tranqüilo, respire fundo e deixe pra lá...

Se seu chão desapareceu, suas convicções se dissolveram, suas certezas ruíram, seu racionalismo falhou e seu pragmatismo lhe abandonou na hora “H”, deixe está, deixe pra lá...

Se você se deu, mas não foi desejado, se amou, mas não foi amado, se serviu, mas não foi lembrado, se caiu, e não foi ajudado, se gemeu, mas não foi consolado, deixe pra lá...

Se o que você é te incomoda, se o que foi te apavora e se o que poderá vir a ser te frustra, deixe pra lá...

Se a fé te faltou, se o milagre falhou, se a igreja decepcionou ou o sacerdote se equivocou, não te admires, isto é muito normal, deixe pra lá...

Não se torne cético e também não seja cínico, não se encha de confiança, mas nunca perca a esperança, não abandone aquilo que persegue – insista, e nem se dê por vencido ao cair – não desista, creia duvidando, ame desconfiando, vá aos extremos, contradiga-se, decepcione-se, deprima-se, seja gente, siga em frente, assuma seus erros, seja grande, aborreça-se de vez em quando, chore um pouco, ria do absurdo, aprenda com seus erros, dê significado a suas derrotas, mas, quando tudo isto te for impossível de fazer, dou-te um excelente conselho,

Deixe pra lá...


*****
Fonte: http://www.hermesfernandes.com/2010/11/deixe-pra-la.html

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A MAIOR OFERTA II

Por José Fernandes

Minuto de Reflexão

“Então Jesus chamou os discípulos e disse-lhes: «Eu vos garanto: esta viúva pobre depositou mais do que todos os outros que deitaram moedas no Tesouro. (Mc 12,43)”.

Entre as inúmeras motivações que encontramos nos dias de hoje para o seguimento de Jesus, uma delas é a busca de privilégios. Isso não é uma coisa nova. Basta, para nós, a memória dos filhos de Zebedeu, que queriam sentar-se à direita e à esquerda de Jesus na sua glória. De fato, a religião pode tornar-se fonte de privilégios para muitas pessoas, principalmente numa sociedade religiosa e hierarquizada como a nossa. Não é essa a vontade de Jesus para os seus seguidores, pois Jesus não quis privilégios nem mesmo para si próprio. Ele quer de nós a disponibilidade e a entrega de vida, a exemplo da viúva que, com a única moeda que não seria valorizada por ninguém, deu o maior exemplo de total entrega.

É salutar prestar bem atenção a este episódio. Há tantos que não ousam fazer ou dar qualquer coisa, por medo da insignificância de sua contribuição, de seu dom. Deus, porém, não julga com aferição externa, mas olha o íntimo do doador. Jesus opõe-se vigorosamente à hipocrisia, ao cálculo, à injustiça, à vaidade, ao orgulho, e exalta a sinceridade, a generosidade, a justiça, a pobreza, o desinteresse, a humildade, o desprendimento. Uma pobre viúva, dá duas moedinhas, e dá mais do que todos, porque dá tudo o que tem, dá de si mesma. Custa muito dar mesmo pouco, quando esse pouco é tudo o que se tem, e o que custa tem valor. Dar o supérfluo, o que sobra, o que não faz falta, o que não tira nossas comodidades e prazeres, que valor verdadeiramente humano pode ter?

Pense nisso. Tenha um ótimo final de semana e... Fique com Deus!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

SANTA TRADIÇÃO E ESCRITURA SAGRADA

“Assim, pois, irmãos, permanecei firmes e guardai as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa” (2 Tessalonicenses 2:15).

A tensão criada em torno das Escrituras e a Tradição, embora descabida, é notória. De um lado aqueles que defendem que todo aprendizado teológico deve ser proveniente somente “da Palavra”. De outro lado aqueles que, firmados na tradição, não demonstram preocupação alguma em fundamentar sua fé nas Escrituras.

Mais uma vez, em busca da verdade, mencionamos o ditado latino: virtus in médio (a virtude está no meio).

No tempo do apóstolo Paulo, a igreja tinha três fontes de revelação: a Escritura (até então formada apenas pelo Antigo Testamento), as cartas (dentre as quais, mais tarde, veio a formar-se o Novo Testamento) e a tradição oral (conhecimento transmitido no convívio). Foi por meio da Santa Tradição Apostólica que, no concílio de Nicéia, no século IV, os livros do Novo Testamento foram definidos como os temos hoje.

Considerando isso, aqueles que ignoram o valor da tradição, colocam em dúvida a própria Escritura, pois se quem institui não tem valor, que valor terá o instituído? Em outras palavras, como podemos confiar que os livros bíblicos são inspirados pelo Espírito Santo se Deus não houvesse, pelo mesmo Espírito, inspirado aqueles que pela tradição definiram quais livros são inspirados? Logo, não se pode negar o valor da tradição que atestou a veracidade das Escrituras.

Por sua vez, a Tradição não pode contradizer as Escrituras, pois contradizê-la seria contradizer a si mesmo. A Tradição não pode dizer algo contra a Escritura a qual atestou ser inspirada por Deus. Assim, toda tradição que contradiz a Escritura, por mais bela que se demonstre, não é santa, nem é apostólica; é apenas tradição humana e pecaminosa. Esta sim, devemos combatê-la, tal qual o próprio Cristo Fez.

Portanto, negar a Santa Tradição Apostólica é contradizer a Escritura Sagrada, já que a própria Escritura atesta o valor da Tradição. Da mesma forma, negar a Escritura Sagrada é contradizer a Santa Tradição, uma vez que por esta o cânon sagrado foi definido.

A Escritura Sagrada é Revelação de Deus ao homem, mas não se pode negar que Deus é maior que a própria Escritura. Assim entendemos que a Bíblia não comportaria toda revelação de Deus, nem o relato de tudo o que Deus fez. Disso a própria Bíblia afirma que não haveria lugar no mundo que comportasse livros para relatar todos os seus feitos (vd. João 21.25). É, portanto, lícito crer que Deus nos fala e se faz ser conhecido de diversas outras maneiras. Um exemplo disso é dado pelo Apóstolo Paulo quando ele afirma que foi dada a todas as pessoas da terra a revelação total de Deus por meio da criação (vd. Romanos 12.20). Nesse ponto, também podemos nos valer de Calvino, quando disse que toda verdade procede de Deus, ainda que saia da boca de um ateu.

O critério para reconhecer uma tradição Santa e Apostólica se dá em primeiro lugar em não contradizer as Escrituras, por razões já mencionadas. Em segundo lugar, ter a centralidade em Cristo. Portanto, assim como a Escritura Sagrada, de Gênesis a Apocalipse, revela Cristo, também a Tradição, de forma didática, deve sempre revelar a pessoa do Senhor Jesus.

Não foi por acaso que São Paulo se preocupou com a guarda da Tradição. A verdade é que a Escritura pode ser aprendida com estudo e leitura particular. Já a Tradição Apostólica só é possível aprender no convívio com o povo de Deus. Pois ela trata, exatamente, da forma como colocamos a Escritura em prática.

A Escritura nos ensina que devemos cultuar unicamente ao único e verdadeiro Deus; pela Tradição aprendemos a nos organizar para cultuar da melhor forma. A Escritura nos ensina a amar o próximo; a Tradição nos dá diretrizes para manifestarmos esse amor como igreja de Cristo. A Escritura nos ensina a honrar pai, mãe e todos a quem devemos honra; a Tradição tem, nesse aspecto, a importante função de manter viva a memória e o serviço daqueles que nos precederam, a fim de que suas boas obras sejam, para nós, exemplos motivadores em nosso caminhada e alicerces na construção do Reino de Deus.

Toda religiosidade constitui uma tradição. Mesmo entre aqueles que a negam. Cabe-nos então, tão somente, escolhermos a tradição a ser seguida. Minha oração é que o Senhor nos aproxime da Santa Tradição Apostólica, e nos livre dos lobos em peles de ovelhas, com suas tradições humanas que visam alicerçar seus próprios impérios religiosos. Que cumpramos a ordem da Escritura Sagrada que assim diz: “Nós vos ordenamos, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que ande desordenadamente e não segundo a tradição que de nós recebestes” (2 Ts 3:6).

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O EVANGELHO UMBIGOCÊNTRICO

Por Hermes C. Fernandes


Pior que um Evangelho sem Cruz, é um Evangelho onde a Cruz é reinterpretada e acomodada às demandas de uma espiritualidade umbigocêntrica.

O Evangelho da Auto-estima insiste em afirmar que a Cruz de Cristo revela nosso real valor. Se não tivéssemos valor, por que Cristo Se disporia a pagar tão caro por nós?

Pode até parecer fazer sentido tal argumentação, mas carece totalmente de embasamento bíblico.

Quando um Juiz estabelece uma fiança altíssima para soltar alguém, isso revela o valor do criminoso ou a gravidade do seu crime?

A Cruz revela o nosso absoluto estado de miséria espiritual. O Salmista diz que nossa redenção era caríssima, e todos os nossos recursos se esgotariam antes.

Não se trata de afirmar nosso valor, como se Cristo estivesse pagando por algo que Lhe fosse muito caro. Trata-se, antes, do pagamento pelos nossos pecados.

Se houvesse algum motivo em nós mesmos, algum valor intrínseco pelo qual Cristo Se dispusesse a pagar, então já não seria por Graça, mas por mérito. Ora, se valêssemos a pena, Deus não teria feito mais do que Sua obrigação.

A Graça só se explica pelo fato de não valermos absolutamente nada. Nas palavras de Paulo, tornamo-nos inúteis. Do ponto de vista humano, a graça seria um enorme desperdício.

Oh maravilhosa graça! Deus pagou pelos meus pecados, e com isso, em vez de estabelecer meu valor, estabeleceu Seu amor. Deus decidiu amar o que não merecia ser amado. Deus decidiu perdoar e salvar o que sequer merecia Sua atenção.

A graça só se justifica pelo fato de Deus ser amor, e estar disposto a amar gente miserável, pecadora, desprovida de qualquer mérito próprio.

Diante da realidade da Cruz em contraste com sua natureza pecaminosa, Paulo não bradou"Valioso homem que sou!", mas em vez disso, declarou "Miserável homem que sou!"

O Evangelho da Auto-estima desmerece a graça e enaltece o homem. Na verdade é um desevangelho, um ultraje ao espírito da graça, um escárnio ao sangue de Jesus.

*********
Fonte: http://www.hermesfernandes.com/

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

A ALEGRIA DE DEUS

Por José Fernandes
Minuto de Reflexão

“Assim, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um pecador que se converte”.(2Tm 4,17a)

A alegria é um sentimento marcante em todos os seres. Entre os humanos contagia, vibra, faz viver, condiciona ao bem-estar, cria boas expectativas, faz bem à saúde. Deus, como grande doador dessa graça, se revela com este sentimento. É um Deus alegre. Sua alegria revelada quando um pecador se converte, se arrepende. Coração compungido e contrito não é desprezado por Ele. Tem sua aceitação e, com espontânea vibração, contagia os anjos do céu.

Infelizmente, muitos não querem colaborar e preferem ver um Deus triste. É claro que Ele não se alegra com as maldades, com as guerras, com a ignorância, com a ingratidão. Estas aberrações destroem a raça humana. Sua tristeza não é sinônima de apatia e afastamento do caso. Ele reage com sabedoria e investe pesado, oferecendo algo novo: a conversão. Através da sua Igreja e do seu Espírito, Deus se faz presente no mundo. Ele se revela, inspira, motiva, transforma, converte, ama e perdoa. O motor parado, enferrujado e imprestável agora está funcionando. Isto engrandece e faz vibrar de alegria.

Deus abre-se em graça e se revela um ser alegre e feliz. Nada é forçado com o fim de trazer de volta o pecador, porém, quando isso acontece, a alegria de Deus e dos anjos é proclamada com grande júbilo. Vemos, claramente, a alegria descrita na parábola do filho pródigo. O pai não foi à procura do filho, não foi atrás dele para trazê-lo de volta, porém quando isso aconteceu, quando o filho resolveu voltar a seu pai foi recebido com grande festividade. Deus não perdoa o pecado, mas está sempre pronto a perdoar o pecador arrependido. Sua bondade é tão infinita que não existe pecado, grande ou pequeno, não existe tipo de pecador que não seja digno de sua misericórdia.

Baseado nesta graça divina, podemos causar “festas contínuas” nos céus. Nossa atitude pode ser temperada com o amor, tolerância, dedicação. Fomos convertidos e, nesta nova direção, temos um novo Pai, um Deus alegre, um real motivo para viver nossa fé.

Pense nisso. Tenha uma ótima semana e... Fique com Deus!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

CRISTO versus CRISTO

Há uma disparidade notória entre o Cristo apresentado pelos modernos pregadores da TV (e também da maioria das igrejas evangélicas) e o Cristo que lemos nas Sagradas Escrituras.

Enquanto os pregadores da TV convidam os telespectadores a ficarem ricos por meio da fé, o Cristo relatado nas páginas Sagradas convida seus ouvintes ao total desapego dos bens materiais antes mesmo de segui-lo.

O Jesus apresentado na TV valoriza o rico, o bem-sucedido, e estabelece o valor de suas posses como métrica da fé. Isto é, quanto mais posses a pessoa tiver, significa que mais fé ela tem. Ao passo que a pobreza denota, igualmente, a falta de fé por parte do pobre.

Em contraponto, o Jesus que a Bíblia relata valorizava o pobre, a viúva, o órfão, e afirmou que destes é o Reino dos Céus. Esta não só era a premissa de Cristo, mas também de todo Espírito das Escrituras. Assim já dizia o profeta, quatrocentos anos antes de Cristo: “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas” (Isaias 1.16,17).

A pobreza e a miséria não denotam a falta de fé dos pobres e miseráveis. Absolutamente! Denotam sim a falta de uma vida pautada no amor e os valores cristãos, por parte dos mais abastados.

Esse espírito modernista que invadiu as igrejas tem conduzido os fiéis a um caminho oposto ao proposto por Cristo. O caminho que Cristo propôs não foi outro senão Ele próprio, do qual não há maior exemplo de humildade simplicidade, desapego material, doação e abnegação. Que semelhança haveria deste com aquele que é meio de enriquecimento? Nenhuma, definitivamente, nenhuma!

Cabe-nos, então, perguntarmos a nós mesmos: Qual é o espírito que, de fato, tem nos influenciado? Eis uma questão que as palavras não podem responder, mas as atitudes falam por si. Podemos observar, do episódio em que Cristo se encontra com Zaqueu (Lucas 19), que a simples presença de Cristo na casa do pecador rico, fez com que Zaqueu decidisse, sem que Cristo lhe ordenasse qualquer coisa, doar metade de seus bens aos pobres e restituir quadruplicadamente a quem ele houvesse roubado. Esta é a ação que o Espírito de Cristo promove entre os que O recebem em sua morada.

Era este mesmo Espírito que norteava a vida dos cristão relatados no livro dos Atos dos Apóstolos. Todos tinham tudo em comum, viviam num espírito de partilha e solidariedade, e ninguém tinha falta de nada.

Por outro lado, vemos, hoje, um bando de gente mesquinha e avarenta, que por sua avareza cai nas mais astutas armadilhas de pregadores sem escrúpulos, que se aproveitam da avareza e ignorância alheia para construírem seus reinos e satisfazerem suas ambições pessoais. Longe do espírito de partilha e solidariedade dos cristãos do primeiro século, esses são motivados tão somente pelo desejo de adquirir riquezas e capitalizar bens, sem qualquer compromisso com a ética moral cristã. Quando alguém, ao seu lado, sofre apertos financeiros, o espírito que o dirige não é outro senão o de acusação, pelo qual afirma sem menor compaixão: se tivesse fé como eu, não estaria nessa situação.

O Cristo que essa gente prega, crê e adora, não é o mesmo Cristo das Escrituras; é outro Cristo, um falso Cristo, o anti-Cristo. Quem o adora é idólatra; não adora a Deus, adora a besta.

Contudo, numa coisa concordo com eles: Riqueza é dom de Deus. Mas logo vem a discordância, já que São Pedro, em sua primeira epístola, instrui os cristãos a servirem uns aos outros com os dons recebidos de Deus (veja I Pedro 4.10). Tal qual Jesus, que jamais usou seu poder para benefício próprio, também nós devemos ser despenseiros dos dons divinos, descobrindo, com efeito, que melhor é dar do que receber. Consideremos tudo isso sem jamais esquecermos que por tudo que nos é dado, também seremos cobrados.

“Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra”, assim disse Deus, por meio do profeta Isaias (1.19). Talvez nosso problema não seja o querer, nem o ouvir, mas sim o entender qual é a melhor comida desta terra. Só para lembrar: “Bem-aventurado os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” (Mateus 5:6).