quinta-feira, 11 de junho de 2009

Corpus Christi e corpos tristes

Hoje a Igreja Católica celebra o Cristo Eucarístico, relembrando a última Ceia de Cristo com os seus discípulos.

Embora eu não seja um participante das celebrações liturgicas católicas, não posso deixar de pensar na proposta de tal celebração, que é encontrar Cristo. Neste aspecto, certamente comungo do mesmo desejo junto aos irmãos católicos.

Considero benéfica toda manifestação religiosa que induza os fiéis a uma espiritualidade dinâmica, que não se confine ao ato religioso, mas o leve a agir junto a quem sofre. Em outras palavras, uma religiosidade que não leve a pessoa a estender a mão a quem precisa, não tem valor algum.

Cristo disse que seria encontrado no que passa fome e frio, no que se encontra preso e nú. Logo, se engana quem pensa encontrá-lo tão somente por participar de uma procissão. Encontrará, sim, se tal religiosidade o inquiete até que procure Cristo no necessitado.

Um ponto negativo. Não me agrada ver tapetes sobre as estradas, feitos de pó de café, arroz e trigo para ser pisoteado pela multidão enquanto muitos tem fome e a mesma multidão não extende a mão para lhes dar ao menos um pão. Estes excluiram Cristo.

Um ponto positivo. Em muitas cidades os tapetes foram confeccionados com cobertores que posteriormente foram doados a pessoas carentes. Estes encontraram Cristo.

Nossa paróquia, REINA-SC, não celebra Corpus Christi, mas comunga desta solidariedade, aquecendo corpos tristes com calor humano e caridade. Hoje foram distribuidos aproximadamente 500 peças de agasalhos para os índios Tekoa-Marangatú. Lá encontramos Cristo.

Ianderum dere tomai

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